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Perda econômica gerada com cancelamento do Carnaval não será recuperada, aponta especialista

© Sputnik / Rogério Silva PintoViradouro se apresenta na Sapucaí no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial no Rio
Viradouro se apresenta na Sapucaí no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial no Rio - Sputnik Brasil, 1920, 15.02.2021
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A falta de turistas e de movimentação da economia gerada pelo cancelamento dos desfiles de Carnaval no Brasil não é possível de ser recuperada e resta esperar a festa em 2022, segundo economista ouvido pela Sputnik Brasil.

A economia do Rio de Janeiro deixará de movimentar R$ 5,5 bilhões em 2021, com o cancelamento do Carnaval. O montante equivale a 1,4% do PIB carioca. O cálculo foi feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).

Para o economista Claudio Considera, um dos autores do estudo, o montante significa não só uma perda para as pessoas envolvidas diretamente com o Carnaval, mas também para a Prefeitura do Rio de Janeiro.

"Esses R$ 5,5 bilhões significam renda que as pessoas não vão receber, pessoas que estão normalmente envolvidas nos trabalhos do Carnaval. Dessa forma também deixa de ser gerada uma renda sobre a qual a Prefeitura poderia arrecadar impostos para cumprir com as suas obrigações", afirmou.

A estimativa leva em conta um estudo produzido pela FGV para o Ministério do Turismo em 2018 sobre o impacto da festa. A economia carioca movimentaria R$ 4,4 bilhões de gastos dos turistas brasileiros, que permanecem em média 6,6 dias na cidade, com gasto diário de R$ 280, e estrangeiros, com gasto médio de R$ 334,01 em 7,7 dias.

"Isso também está levando em conta o fato de que várias pessoas que trabalham no Carnaval também trabalham antes preparando o Carnaval. Muito trabalho nas escolas de samba, por exemplo, são feitos anteriormente à festa", disse o economista.
© AP Photo / Bruna PradoMúsicos do bloco "Desliga da Justiça" fazem live durante o Carnaval de 2021, cancelado por conta da pandemia da COVID-19.
Perda econômica gerada com cancelamento do Carnaval não será recuperada, aponta especialista - Sputnik Brasil, 1920, 15.02.2021
Músicos do bloco "Desliga da Justiça" fazem live durante o Carnaval de 2021, cancelado por conta da pandemia da COVID-19.

Os cariocas movimentariam pouco mais de R$ 1 bilhão na cidade durante os dias de folia.

"Os ambulantes que vendem cerveja, vendem sanduíches no meio dos blocos ou para pessoas que estão nas arquibancadas dos eventos, essas pessoas são muito prejudicadas porque já são pessoas que estão na informalidade, não tem carteira de trabalho, contam com esse recurso para sobrevivência e não vão ter. Por isso há a necessidade de auxílio emergencial principalmente para essas pessoas", explicou Considera.

A ocupação da rede hoteleira do Rio de Janeiro, que no Carnaval de 2020 ficou em 80%, está em 41%, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih).

'Governo deve manter auxílio e providenciar vacinas'

Segundo o especialista, o setor precisará esperar o Carnaval de 2022 para voltar a ter lucro com as festas que ocorrem no feriado.

"Essa perda já perdeu, não tem como recuperar. Tem o Carnaval de 2022 que será realizado e deve gerar renda provavelmente maior. Provavelmente será o maior Carnaval de todos os tempos, todo mundo feliz que o vírus foi dominado. Você vai gerar mais renda provavelmente, mas essa perda já acabou. Não tem como recuperar uma coisa que deixou de ser produzida", disse.

Ao ser perguntado sobre o que os governos poderiam fazer para tentar minimizar os impactos do cancelamento do Carnaval, Considera respondeu que a distribuição das vacinas e o pagamento de auxílios para todos os setores são as principais medidas que podem ser adotadas.

"A melhor ajuda que pode ser feita é distribuindo para todas as pessoas, você não deve localizar um setor. Está todo mundo sofrendo com a pandemia. Toda parte cultural, artística, transporte, comércio, todos estão sofrendo com a pandemia e só tem uma coisa que o governo deve se concentrar: primeiro ajudar essas pessoas mais necessitadas, em segundo lugar, providenciar vacina", completou.
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