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Apesar de produção de vacinas no país, Brasil deve buscar outras fontes, defende médica

© Folhapress / Cris FagaOs profissionais da saúde do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) recebem primeira dose da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, para o combate à COVID-19
Os profissionais da saúde do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) recebem primeira dose da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, para o combate à COVID-19 - Sputnik Brasil, 1920, 13.02.2021
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A produção de vacinas contra a COVID-19 pelo Butantan e pela Fiocruz deve melhorar muito a imunização contra o novo coronavírus no Brasil, mas, segundo uma especialista ouvida pela Sputnik, o país deve insistir na busca por outras fontes de fornecimento.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta semana que toda a população apta a receber a vacina contra a COVID-19 deverá ser imunizada até o final deste ano. A meta de imunização é de 50% até junho e a outra metade até dezembro de 2021.

Não devem fazer parte desse grupo apenas as gestantes e lactantes e os jovens menores de 18 anos, uma vez que não há estudos conclusivos sobre os efeitos da vacina sobre esses públicos.

"Vamos vacinar o país em 2021, 50% até junho, 50% até dezembro, da população vacinável. Esse é o nosso desafio e é o que estamos buscando e vamos fazer", disse Pazuello, citado pela Agência Brasil. 

​Para a médica Isabela Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações e coordenadora do Grupo de Trabalho em Vacinação e Imunização do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ), não há dúvidas de que o cenário da imunização tende a melhorar muito nos próximos meses, com a retomada da produção de vacinas CoronaVac pelo Instituto Butantan e o início da produção de imunizantes Oxford/AstraZeneca pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 

"O Butantan promete, até o final do ano, cerca de 160 milhões de doses. E a Fiocruz promete mais ou menos a mesma quantidade, pelo menos 170 milhões de doses ainda este ano", ressalta a especialista em entrevista à Sputnik Brasil.

Apesar da produção de vacinas contra a COVID-19 no Brasil, a médica defende que seria importante o país buscar também outras fontes de fornecimento de imunizantes para garantir uma vacinação mais rápida. 

"Para a gente acelerar a campanha, a gente precisa ter doses de vacina, né? O que a gente está vivendo hoje é que chegaram, até então, poucas doses e a campanha não está podendo alavancar de verdade. O Brasil tem muita experiência em vacinação em massa, a gente consegue vacinar milhões e milhões de pessoas em curto espaço de tempo. Mas precisa ter vacina, precisa ter a segurança de segunda dose. Então, até agora, a gente trabalhou com um quantitativo muito pequeno para o que a gente precisa." 

​Apesar das restrições de vacinação para gestantes, lactantes e menores, Ballalai destaca que nenhuma das duas vacinas que estão sendo utilizadas no país é contraindicada para esses grupos. Elas só não estão sendo utilizadas nesses públicos porque eles não fizeram parte dos estudos conduzidos pelos responsáveis por esses imunizantes até agora.  

"Mas são consideradas vacinas seguras. São vacinas inativadas. Então, não há nenhum risco teórico. Tanto que, hoje, o próprio programa nacional de imunizações entende que [para] gestantes com alto risco — por exemplo, uma médica, uma enfermeira grávida, trabalhando na linha de frente —, a vacinação deve, sim, ser considerada por ela e pelo seu obstetra". 

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