Biden usaria acordo nuclear para pressionar Irã sobre mísseis e seu 'patrocínio a grupos locais'

© AP Photo / Agência de Notícias Fars / Mehdi MarziadExercícios militares no Irã com lançamento de míssil terra-mar Saegheh
Exercícios militares no Irã com lançamento de míssil terra-mar Saegheh - Sputnik Brasil, 1920, 08.02.2021
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Os EUA vão pedir mais acordos com o Irã em "outras áreas de preocupação" caso Teerã adira ao acordo nuclear, de acordo com o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

A abordagem pouco apressada da administração Biden no acordo nuclear com o Irã deve-se ao seu "foco" no "engajamento, discussões de parceria com nossos aliados, parceiros e membros do Congresso", disse Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, à emissora CNN.

Ele indicou que se Washington aderisse novamente ao acordo nuclear, "usaria isso como uma plataforma para acordos posteriores que assumiriam outras áreas de preocupação", incluindo os "mísseis balísticos do Irã, patrocínio a grupos locais e uma série de outras questões que estão incluídas nisso".

Um alto funcionário de Washington disse na condição de anonimato à CNN que as recentes experiências iranianas em aumentar seu enriquecimento e estocagem de urânio além dos limites delineados pelo Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), podem ter colocado o acordo nuclear renovado fora de alcance e torná-lo "praticamente impossível".

Outros dois funcionários também disseram à mídia que a República Islâmica vai "continuar perseguindo um programa de armas nucleares", a menos que Washington cancele suas sanções primeiro.

Posição do Irã e outros países

Por sua vez, Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, discutiu na sexta-feira (5) o tópico do Irã com os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Reino Unido, dizendo que "a parceria transatlântica" era "central para resolver os desafios globais", incluindo as atividades nucleares de Teerã.

Paris sugeriu repetidamente que os mísseis do Irã e as atividades regionais "desestabilizadoras" deveriam ser considerados em qualquer acordo nuclear renovado.

O Irã argumenta que não tem intenção de construir uma bomba nuclear, e tem exigido repetidamente que os EUA e Israel destruam seus próprios estoques de armas de destruição em massa. Teerã eliminou suas armas químicas em meados da década de 1990, antes de aderir à Convenção sobre Armas Químicas (CWC, na sigla em inglês), e não utilizou as armas durante sua guerra com o Iraque nos anos 1980.

Em relação ao grande arsenal de mísseis do Irã, o país tem dito repetidamente que não permitiria que ele fosse vinculado ao acordo nuclear em qualquer situação, com as autoridades o considerando seu principal elemento de dissuasão contra agressão do exterior.

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