Pentágono deveria abandonar sua 'retrógrada' estratégia de defesa, opina analista da Forbes

© AP Photo / Charles DharapakPrédio do Pentágono, em Washington, capital dos EUA
Prédio do Pentágono, em Washington, capital dos EUA - Sputnik Brasil, 1920, 07.02.2021
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O maior erro da estratégia atual do Pentágono é a sua demasiada concentração nas supostas ameaças provenientes da Rússia e China, afirma o analista William Hartung, em um artigo na Forbes.

Embora tanto Pequim como Moscou representem desafios para Washington, as divergências com estes dois países podem ser resolvidas com instrumentos como a diplomacia inteligente, escreve William Hartung, do Centro de Políticas Internacionais.

Para solucionar estes desafios os EUA não precisam desencadear uma dispendiosa nova Guerra Fria e uma corrida armamentista desnecessária, escreve o analista em seu artigo.

Segundo Hartung, a pandemia, as alterações climáticas, o racismo, as dificuldades econômicas representam atualmente maiores ameaças à segurança dos EUA.

Mais diplomacia, menos belicismo

No entanto, o orçamento do Pentágono atinge seus máximos históricos, superando em muito os recursos que foram gastos nos momentos mais críticos das guerras da Coreia e do Vietnã. Atualmente, os EUA gastam em suas Forças Armadas quase três vezes mais do que a China e cerca de dez vezes mais que a Rússia.

"Isso é muito mais do que o necessário para proporcionar uma defesa robusta dos EUA e de seus aliados", diz Hartung.

Por sua vez, o grupo de pesquisa do Centro de Políticas Internacionais avaliou que os EUA poderiam estar mais seguros se gastassem substancialmente menos no Pentágono.

"Na verdade, em relação à China, o nosso futuro depende da cooperação, não do confronto", sublinha.

De acordo com Hartung, Washington precisa coordenar seus esforços com a China para lutar contra a pandemia, combater as alterações climáticas e relançar a economia mundial. Além disso, ambos os países precisam "alcançar um equilíbrio realista" nas suas relações, que diminua a importância da competição militar e favoreça outros instrumentos de poder e influência.

Quanto à Rússia, o especialista destaca que o desenvolvimento de uma nova geração de armas nucleares e o aumento da presença militar dos EUA na Europa não resolverá os problemas com Moscou. Porém, Hartung elogiou a administração Biden por ter decidido prorrogar o tratado Novo START e se comprometer a reduzir o arsenal nuclear.

© AP Photo / Scott HoweTeste de míssil de cruzeiro realizado em 18 de agosto na ilha de San Nicolas, na Califórnia, EUA
Pentágono deveria abandonar sua 'retrógrada' estratégia de defesa, opina analista da Forbes - Sputnik Brasil, 1920, 07.02.2021
Teste de míssil de cruzeiro realizado em 18 de agosto na ilha de San Nicolas, na Califórnia, EUA

Na opinião de William Hartung, no curto prazo a administração Biden deveria revisar o plano do Pentágono de projetar uma nova geração de mísseis, submarinos e bombardeiros dotados de armas nucleares. Esse plano pode custar até US$ 2 bilhões (R$ 10,7 bilhões) ao longo dos próximos 30 anos.

"Um bom começo seria abandonar a 'retrógrada' Estratégia de Defesa Nacional do Pentágono", frisou.

Além disso, deveria suspender o desenvolvimento do novo míssil balístico intercontinental (ICBM). Trata-se de uma arma "perigosa e desnecessária", cuja posse aumenta o risco de uma guerra nuclear acidental, concluiu o autor do artigo.

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