Rússia está pronta para boas relações com os EUA, mas sem cruzar 'linhas vermelhas', diz porta-voz

© REUTERS / Maksim ShemetovCarros percorrem a marginal do rio Moskva perto do Kremlin, durante nevasca em Moscou, Rússia, 14 de janeiro de 2021
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Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, afirmou que Moscou pode demonstrar "flexibilidade" nos assuntos internacionais, mas que ela "não pode ser mostrada indefinidamente".

Dmitry Peskov, porta-voz de Vladimir Putin, presidente russo, se pronunciou sobre as perspetivas das relações bilaterais entre a Rússia e os EUA após a posse do presidente norte-americano Joe Biden.

"É bastante previsível, porque, afinal de contas, a nova administração são pessoas velhas, bem conhecidas. Quanto às declarações, a palavra 'parceiro' provavelmente não se aplica a nós por parte de Washington. E, claro, eles ainda nos encaram mais como adversários", afirmou Peskov ao canal Rossiya 1, comentando uma declaração sobre a investigação de ataques cibernéticos pela Rússia e o assassinato de pessoal militar no Afeganistão.

Posição da Rússia

No entanto, Moscou está pronta para parcerias com Washington, referiu.

"A Rússia tem tradicionalmente e de forma consistente defendido boas relações. Dizemos, não em palavras, mas em ações, que estamos prontos para considerar os americanos como nossos parceiros, mas eles não estão prontos, então não podemos ser amigos à força", comentou Peskov.

"A flexibilidade é um elemento necessário para as relações interestatais. Estamos prontos para ser flexíveis, não estamos prontos para um diktat, não estamos prontos para a grosseria e não estamos prontos para cruzar as linhas vermelhas. Em tudo o resto, demonstramos a flexibilidade necessária. Mas ela não pode ser mostrada indefinidamente".

O porta-voz russo mencionou o período após a queda da União Soviética, em que havia uma "euforia que beirava a antecipação de uma espécie de lua-de-mel com a maior potência do mundo".

"Aplaudimos quando esta grande potência nos fez desmantelar nossos submarinos e nossa aviação estratégica". No entanto, mais tarde "se tornou necessário chamar as coisas pelos nomes e falar claramente para evitar qualquer dupla interpretação".

Em relação a uma pergunta se a Rússia não poderia ser mais receptiva, por exemplo, entregando o denunciante Edward Snowden ou aceitando o golpe de Estado na Ucrânia em 2014, ele respondeu que "estas são exatamente as linhas vermelhas que não podem ser cruzadas".

Embora o diálogo não exclua momentos de desacordo, disse, "um diálogo é sempre uma oportunidade para encontrar alguns grãos de racionalidade, para encontrar aquelas áreas muito pequenas onde nossas relações se tocam. Se a atual administração dos EUA estiver pronta para tal abordagem, não tenho dúvidas de que nosso presidente [Putin] retribuirá", concluiu.

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