Cientistas encontram calor 'perdido' da Antártica

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Resultados de um novo estudo de cientistas da França e Austrália explicam por que a temperatura da água do mar em torno da Antártica não subiu tanto como a água no resto do mundo.

O artigo foi publicado nesta quinta-feira (21) na revista Nature Communications.

Em todo o mundo, a temperatura da superfície do oceano está aumentando devido ao aquecimento global, mas as águas à volta da Antártica continuam frias, com a temperatura mesmo descendo em vários lugares. Os especialistas chamam este fenômeno de mistério do calor "perdido" da Antártica.

Durante 25 anos, cientistas franceses do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês), do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), da Universidade de Paris e da Universidade de Toulouse III, juntamente com seus colegas australianos da Organização de Ciência e Pesquisa Industrial da Commonwealth (CSIRO, na sigla em inglês), monitoraram a temperatura do oceano Antártico no âmbito do programa científico SURVOSTRAL (Surveillance of the Ocean Austral).

Os cientistas lançavam uma sonda batitermógrafa XBT que, ao afundar em 800 metros, registrava a profundidade, temperatura e salinidade da água.

Revelou-se que a menor diminuição da temperatura na superfície da água é substituída em profundidade por um aquecimento rápido e notável – cerca de 0,04 graus Celsius por década, o que é cinco vezes mais que a média do oceano mundial.

Tal aquecimento brusco pode ter consequências sérias para o gelo antártico, consideram os cientistas. O problema é que no oceano, perto da costa da Antártica, as águas profundas sobem à superfície por causa da circulação vertical. Se as águas profundas forem mais quentes que as da superfície, elas "corroem" regularmente as geleiras por baixo.

Segundo a avaliação dos autores, a água quente sobe à superfície com velocidade de 39 metros por década, isto é, bastante mais rápido do que se previa antes. Existem preocupações que um aquecimento tão brusco em profundidade pode finalmente enfraquecer a poderosa corrente circumpolar antártica, o que desestabilizaria todo o mecanismo da circulação oceânica mundial – um dos principais fatores do sistema climático global.

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