Planeta 'superfofo' a 211 anos-luz de distância muda compreensão sobre formação planetária

© Foto / Centro de Ciência de At-Bristol, Universidade de ExeterConcepção artística do gigante gasoso WASP-121 b
Concepção artística do gigante gasoso WASP-121 b - Sputnik Brasil
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Novo estudo sobre um exoplaneta descoberto em 2017 têm "grandes implicações" para o que entendemos sobre como os planetas gigantes gasosos se formam e crescem.

Cientistas descobriram que o exoplaneta WASP-107b, que orbita uma estrela anã laranja a 211 anos-luz de distância, é apenas um pouco menor que Júpiter, mas é dez vezes mais leve que o planeta gasoso do nosso Sistema Solar. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica The Astronomical Journal na segunda-feira (18).

"Este trabalho aborda as próprias bases de como os planetas gigantes podem se formar e crescer […]. Ele fornece uma prova concreta de que a acumulação massiva de um envelope de gás pode ser acionada para núcleos que são muito menos massivos do que se pensava anteriormente", afirma Bjorn Benneke, coautor do estudo, ao portal Science Alert.

Descoberto em 2017, WASP-107b é considerado um dos exoplanetas menos densos já descobertos, o que lhe valeu apelidos como superfofo e algodão-doce. O exoplaneta está perigosamente perto de sua estrela hospedeira e tem um período orbital de apenas 5,7 dias, tão próximo que sua temperatura é de escaldantes 462 graus Celsius, e sua atmosfera está evaporando rapidamente.

Exoplaneta WASP-107b é tão grande quanto Júpiter, mas dez vezes mais leve

Formação de gigantes gasosos

A nova pesquisa realizou uma análise detalhada da estrutura do WASP-107b e descobriu também que o núcleo sólido do exoplaneta não poderia ser maior que cerca de 4,6 vezes a massa da Terra. Isso significa que mais de 85% da massa do exoplaneta está em sua atmosfera inchada.

"Como pôde um planeta de tão baixa densidade se formar? E como ele evitou que sua enorme camada de gás escapasse, especialmente dada a proximidade do planeta de sua estrela? […]. Isso nos motivou a fazer uma análise completa para determinar sua história de formação", comenta Caroline Piaulet, principal autora do estudo.

"Para WASP-107b, o cenário mais plausível é que o planeta se formou longe da estrela, onde o gás no disco é frio o suficiente para que a acumulação de gás possa ocorrer muito rapidamente […]. O planeta foi posteriormente capaz de migrar para sua posição atual, seja por meio de interações com o disco ou com outros planetas no sistema", explica Eve Lee, coautora do estudo.

A equipe acredita que o WASP-107b é possivelmente um dos melhores exemplos de um exoplaneta que chegou extremamente perto da acumulação descontrolada antes de o processo ser interrompido.

As características desse exoplaneta o tornam um excelente exoplaneta para estudar o quão grande um núcleo precisa ser para desencadear a formação de gigantes gasosos. A equipe planeja revisitar o WASP-107b com instrumentos mais sensíveis para ajudar a desvendar esse mistério.

"Exoplanetas como o WASP-107b que não têm análogo em nosso Sistema Solar nos permitem entender melhor os mecanismos de formação de planetas em geral e a variedade resultante de exoplanetas […]. Isso nos motiva a estudá-los detalhadamente", conclui Piaulet.

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