"Especialistas em direitos humanos da ONU apelam a Israel, a potência ocupante, para garantir acesso imediato e equitativo às vacinas contra a COVID-19 para o povo palestino sob ocupação", diz o comunicado publicado no site do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH).
A nota indica que Israel já forneceu a vacina aos palestinos com status de residentes em Jerusalém Oriental, mas ressalta que o Estado judeu não apresentou garantias de que os palestinos que vivem nas áreas ocupadas por israelenses na Cisjordânia e na Faixa de Gaza receberão o imunizante em um futuro próximo.
Netanyahu é vacinado contra COVID-19 em início da campanha de imunização em Israel https://t.co/SJLULduUq8
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) December 19, 2020
De acordo com o comunicado, os especialistas da ONU estão preocupados com "a deterioração da situação de saúde em Gaza, que sofre com um bloqueio de 13 anos, severa escassez de água e eletricidade, pobreza endêmica e desemprego".
O comunicado também indica que o fornecimento de vacinas ordenadas pelas autoridades palestinas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza pode ser limitado por várias semanas devido ao conflito entre os dois países.
"Isso significa que mais de 4,5 milhões de palestinos permanecerão desprotegidos e expostos à COVID-19, enquanto os cidadãos israelenses que vivem próximos e entre eles, a população de colonos israelenses, serão vacinados", acrescenta a nota.
Os especialistas também pediram à Autoridade Palestina e à administração de fato em Gaza que cooperem com Israel na implementação de um programa abrangente de vacinação para os palestinos no território ocupado.
"Somente com os esforços contínuos de todas as autoridades [...] a perspectiva de acabar com a pandemia será possível", conclui o comunicado.
Após Israel detectar em pacientes a mutação britânica da COVID-19, o professor Nachman Ash, que faz parte do grupo de coordenação das ações contra a COVID-19 no país líder em vacinação contra o vírus, falou sobre as novas descobertas.https://t.co/pRHn4UfJxh
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) January 10, 2021
Em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou os territórios de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, que pertencem aos palestinos segundo o direito internacional.
Os palestinos insistem que as futuras fronteiras entre os dois Estados soberanos sejam traçadas ao longo das linhas estabelecidas antes de 1967, na esperança de criar seu Estado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza com a capital em Jerusalém Oriental.
Israel, por sua vez, se recusa a restabelecer as fronteiras de 1967 e a compartilhar com os palestinos a cidade de Jerusalém, que proclamou como sua capital "eterna e indivisível". Outro obstáculo para a paz é a expansão dos assentamentos judaicos no território palestino ocupado da Cisjordânia.