"Nestas conjunturas ocorrem sempre ações deste tipo para confirmar que, além da mudança do governo, não haverá mudança na política de agressão imperial aos povos", assegurou à Sputnik o congressista Julio Chávez.
Estes exercícios são realizados em um dos momentos mais complexos das relações entre a Guiana e a Venezuela, devido a uma decisão judicial na qual a Corte Internacional de Justiça (CIJ) se declarou competente para resolver o diferendo territorial da Guiana Essequiba e convocou uma audiência para o dia 25 de janeiro, apesar da recusa de Caracas de recorrer ao órgão para resolver a situação.
Com base do acordo de Genebra de 1966, as partes devem negociar e chegar a um consenso sobre a forma e os acompanhantes do processo, não podendo nenhuma das partes impor uma medida.
No entanto, há um ano, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, recomendou que a Guiana recorresse à CIJ.
Para Chávez, a pretensão de agravar o problema com uma operação militar em torno das águas venezuelanas faz parte da Doutrina Monroe, que é baseada no princípio da "América para os americanos".
O congressista assegurou que na Assembleia Nacional (Parlamento unicameral), que tomou posse no dia 5 de janeiro com maioria legal, desenvolverá uma agenda baseada na defesa pacífica do território venezuelano.
"Estamos decididos, como disse o presidente Nicolás Maduro, a desenvolver uma intensa agenda política internacional reivindicando o espírito do acordo de Genebra de 1966, onde apenas é possível chegar a uma solução acordada quanto à justa reclamação da Venezuela sobre o que hoje é considerada a Guiana Essequiba, e que é nosso território", ressaltou.
O congressista considerou que a atual situação se traduz em atos provocativos que buscam manchar o caminho do diálogo entre as duas nações.
A disputa pela Guiana Essequiba começou em 1899, quando a Venezuela foi privada de seu território através de uma sentença arbitral de Paris, tendo o Reino Unido entregado à Guiana esta parte da nação caribenha.