Como mercado de ações da China sancionado pelos EUA pode impactar economia mundial?

© REUTERS / Aly SongBandeira da China, do partido comunista chinês e dos EUA
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Os bancos de investimento dos EUA adotaram medidas para excluir da lista as ações chinesas e seus derivados relacionados.

A Bolsa de Nova York (NYSE, na sigla em inglês) decidiu iniciar o processo de exclusão a partir de três empresas de telecomunicações chinesas, sendo elas a China Telecom, China Mobile e China Unicom.

Assim, os bancos Goldman Sachs, Morgan Stanley e JPMorgan informaram que vão retirar da lista os derivados relacionados com as ações da China Telecom, China Mobile e China Unicom que são cotadas em Hong Kong.

As preocupações dos investidores e empresas norte-americanas se devem ao fato de que durante décadas, as empresas chinesas arrecadaram mais de US$ 140 bilhões (cerca de R$ 768 bilhões) nas bolsas norte-americanas.

Segundo os dados publicados pelo Escritório Estatal de Estatísticas da China, o investimento estrangeiro em tecnologia chinesa cresceu aproximadamente 27,8% apenas nos primeiros dez meses de 2020, e o investimento estrangeiro na pesquisa e desenvolvimento da China cresceram em torno de 82%.

© AP Photo / Lintao ZhangXi Jinping, presidente da China (à direita), aperta a mão de Joe Biden, então vice-presidente dos EUA, no Grande Salão do Povo, em Pequim, na China, em 4 de dezembro de 2013
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Xi Jinping, presidente da China (à direita), aperta a mão de Joe Biden, então vice-presidente dos EUA, no Grande Salão do Povo, em Pequim, na China, em 4 de dezembro de 2013

De acordo com os cálculos da empresa analítica britânica Mergermarket, o investimento das empresas norte-americanas em fusões e aquisições na China cresceu 69% de janeiro a outubro de 2020, alcançando US$ 11,3 bilhões (aproximadamente R$ 62 bilhões).

Aparentemente, os motivos políticos por trás das sanções dos EUA contra as empresas chinesas não têm nada a ver com os interesses comerciais do país. Ao mesmo tempo, é pouco provável que estas sanções tenham um efeito grave no mercado das finanças estruturadas de Hong Kong em seu conjunto, opinam os especialistas do holding financeiro HKEX, que opera o mercado de ações e de futuro em Hong Kong.

De acordo com o especialista do Instituto de Economia da Universidade Popular da China, Huang Weiping, as atuais sanções por si só não provocariam muitos danos à economia de Hong Kong, e por consequência, a da China. Contudo, estabelecem um precedente perigoso.

"Sabemos como se desenvolverá a situação durante a presidência de Joe Biden, então segue havendo uma insegurança. Porém, a julgar pelo comportamento dos principais atores do mercado, podemos concluir que esperam que a política de sanções continue, e que sob a administração de Biden os EUA se retirem do mercado de Hong Kong. Acredito que as estimativas do HKEX são perfeitamente justas e que não haverá muito impacto no mercado de Hong Kong após estas sanções", destacou o especialista à Sputnik.

No entanto, este é um precedente perigoso, pois poderia começar a causar uma queda na confiança dos investidores em outros produtos estruturados oferecidos pelo mercado de Hong Kong, adicionou.

Pequim, por sua vez, reagiu rapidamente com o Ministério do Comércio da China anunciando novas normas que protegem os interesses das empresas afetadas pelas sanções estrangeiras.

© AP Photo / Andy WongBandeiras da China e dos EUA
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Bandeiras da China e dos EUA

Os especialistas ressaltam que as empresas norte-americanas na China são as que podem estar em posição mais vulnerável, já que podem cair sob a pressão e as sanções das autoridades norte-americanas, bem como perderem o promissor mercado chinês.

Apesar de enfrentar dificuldade, o Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu que a economia chinesa mostrará um crescimento mais rápido em comparação a outros países.

O economista conclui afirmando que é a atração das perspectivas de desenvolvimento da China que faz com que os investidores de todo o mundo aumentem seus investimentos no país apesar dos obstáculos políticos.

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