A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou nesta terça-feira (5) que a decisão do Irã de retomar o enriquecimento de urânio é um desvio do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) sobre o programa nuclear iraniano, mas destacou que a principal causa para tais desvios é a ação dos EUA.
"Nos últimos anos, na comunidade internacional se criou o entendimento claro que a causa inicial de tais desvios são as violações grosseiras e sistemáticas das obrigações internacionais pelos EUA, que, contrariando o Artigo 25 da Carta da ONU, não cumprem a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU e obstaculizam deliberadamente seu cumprimento pelos outros países", disse ela.
Zakharova lembrou que o projeto Plano de Ação Conjunto Global para reaproveitar a produção de isótopos estáveis está há muito tempo sob as sanções de Washington, o que é absolutamente inaceitável.
A medida iraniana corresponde a uma violação do Plano de Ação Conjunto Global, que prevê a eliminação das reservas iranianas de urânio enriquecido. Segundo o acordo nuclear, o limite máximo para enriquecimento de urânio do Irã é de 3,67%.
A representante oficial da chancelaria russa também declarou que, para reverter os danos causados ao JCPOA, os EUA precisam interromper seu curso para minar o acordo internacional. De acordo com ela, Teerã, por sua vez, também terá que tomar medidas recíprocas significativas assim que Washington começar a retomar o acordo nuclear.
Os EUA saíram unilateralmente do acordo em 2018 e, um ano depois, Teerã extrapolou o limite, deixando o nível de enriquecimento estável em 4,5% desde então.