A população da Coreia do Sul caiu pela primeira vez na história do país, enquanto luta contra o envelhecimento da população e a taxa de natalidade cronicamente baixa. Apenas 275.800 bebês nasceram no ano passado, uma queda de 10% em relação a 2019, conforme publicado no The Korean Times. O registro de mortes foi de 307.764 óbitos.
O declínio da população impõe uma forte pressão ao país e os números levaram o Ministério do Interior sul-coreano a pedir "mudanças fundamentais" em suas políticas.
À medida que a população diminui, a Coreia do Sul, que é a quarta maior economia da Ásia, também observa elevação no número de pessoas mais idosas, com 60 anos ou mais, respondendo por 24% do total da população.
Além do fato aumentar a pressão nos gastos públicos com a demanda por sistemas de saúde e pensões, o declínio da população jovem também leva à escassez de mão de obra que tem impacto direto na economia.
Especialistas apontam que a baixa taxa de natalidade no país se deve, em grande parte, pela crescente luta das mulheres para alcançarem o mercado de trabalho, mercado esse que é majoritariamente ocupado por homens. E também pela alta dos preços imobiliários e pelo custo elevado da educação no país.
No mês passado, o presidente Moon Jae-in lançou várias políticas destinadas a conter a baixa taxa de natalidade, incluindo incentivos em dinheiro para as famílias.
De acordo com o esquema, a partir de 2022, cada criança nascida receberá um bônus em dinheiro equivalente a US$ 1.850 (cerca de R$ 9.500) para ajudar a cobrir as despesas pré-natais, além de um pagamento mensal de US$ 277 (cerca de R$ 1.427) até o bebê completar um ano. O incentivo aumentará para US$ 461 (aproximadamente R$ 2.374) todos os meses a partir de 2025.
Se as tendências atuais persistirem, o governo prevê que a população da Coreia do Sul cairá para 39 milhões em 2067, quando mais de 46% da população terá mais de 64 anos.