Método inovador que 'engana' mosquitos é criado para combater doenças transmitidas por insetos

© Rafael Neddermeyer/ Fotos PúblicasMosquito Aedes Aegypti
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Cientistas submeteram micróbios que vivem na pele humana a uma modificação genética para enganar os insetos com um odor atípico.

Em busca de um método seguro para proteger os humanos das doenças transmitidas por mosquitos, a biotecnologia passou da criação e liberação de milhões de insetos transgênicos para modificação genética de repelentes.

No site New Atlas foi relatado um avanço nesta classe de experimentos patrocinado pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA, na sigla em inglês).

A agência, subordinada ao Pentágono, quer que o efeito do repelente de nova geração dure semanas e não irrite a pele humana.

A tecnologia se foca na mudança artificial do microbioma da pele, local habitado pelas bactérias, enquanto os repelentes habituais buscam intoxicar o mosquito.

A DARPA assinou um acordo de US$ 15 milhões (R$ 77,5 milhões) para o desenvolvimento do novo produto.

A alteração do microbioma é importante devido ao fato de que ele produz odores que permitem aos mosquitos fêmea identificar sua provável vítima e atraem aqueles que buscam o sangue.

"A ideia é que tenhamos um repelente que contenha micróbios [...] Há alguns odores que são atrativos para os mosquitos, que a maioria dos humanos expelem [...] e é preciso mascará-los", afirmou o doutor Matthew DeGennaro, da Flórida.

Elementos como o calor do corpo e o dióxido de carbono exalado também desempenham um papel na atração dos mosquitos, porém, segundo DeGennaro, estes fatores apenas provocam o comportamento da alimentação em geral, enquanto os odores atraem os insetos até um hospedeiro específico.

© AFP 2023 / Marvin RecinosMosquito Aedes Aegypti (foto de arquivo)
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Mosquito Aedes Aegypti (foto de arquivo)

Os pesquisadores querem evitar os odores fortes, para que o microbioma "seja o mais natural possível" e a pessoa que tenha aplicado o repelente "não sinta nada na pele", detalhou Nadia Parachin, da Ginkgo Bioworks.

Espera-se que o produto não tenha efeitos secundários e seja eficaz por no mínimo duas semanas depois da aplicação, mesmo após o banho, segundo DeGennaro.

Os primeiros estudos serão realizados com camundongos, e depois com humanos antes que seja liberado comercialmente.

O primeiro passo do governo norte-americano para proteger os soldados da malária e das febres transmitidas por mosquitos foi desenvolvido no século XX, contudo, os testes em animais demonstraram que o composto químico pode ser pouco eficaz, porém, também pode causar irritação e deve ser reaplicado a cada poucas horas.

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