O presidente argentino, Alberto Fernández, discursando no programa Desiguais da rede pública de televisão do país, a TV Pública, comentou a polêmica em torno das vacinas contra a COVID-19 e assegurou que uma guerra comercial se iniciou, assim como uma disputa geopolítica, enquanto todo o mundo anseia pelo medicamento.
"Estamos falando da vacina mais cobiçada pela humanidade. Há sete bilhões de pessoas esperando por essa vacina. Isso significa um mercado impressionante. Todos ansiamos ter essa vacina. […] É um mercado enorme que movimenta um negócio de dezenas de bilhões de dólares. […] E tem uma disputa muito perversa, muito dura, muita infame também, onde uns desacreditam os outros", afirmou Fernández.
"Há também, como o mundo anseia por essa vacina, uma disputa geopolítica, [acerca de] quem é que impõe sua vacina. E aí me parece que é o que estamos vivenciando com o caso da vacina Gamaleya, o instituto que produziu a vacina russa", disse o presidente argentino.
Além disso, o líder declarou, remetendo-se ao contexto argentino, que existem "setores políticos e aqueles que informam ou desinformam, que tomam um partido político, [que] usam esta vacina como parte desse partido".
Fernández anunciou que a vacinação com a Sputnik V começará hoje (29) às 09h00 do horário local (09h00 horário de Brasília) "em todos os lugares".
📺“Hay una guerra comercial desatada y hay además, como todo el mundo anhela a esa vacuna, una disputa geopolítica por quién es el que la impone”. El presidente @alferdez en #Desiguales por @Tv_Publica. pic.twitter.com/bN8uNqwRt0
— Alberto Fernández Prensa (@alferdezprensa) December 29, 2020
"Há uma guerra comercial desencadeada e também há, como todos anseiam por essa vacina, uma disputa geopolítica sobre quem a impõe". O presidente Alberto Fernández em Desiguais na TV Pública.
Discursando sobre outras vacinas no mercado, o presidente acrescentou que não se animaria "a dizer que uma é melhor do que a outra".
Estima-se que cheguem mais cinco milhões de doses em janeiro, somadas a outras 14,7 milhões em fevereiro. A vacina requer duas doses para sua aplicação correta, de modo que o governo espera inocular dez milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2021.