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Polarização nas economias da América Latina deixa uns países sem acesso a vacinas, diz especialista

© REUTERS / Presidência da Costa Rica / HandoutJorge De Ford, 72, receives a dose of the Pfizer/BioNtech COVID-19 vaccine at a home, as the coronavirus disease (COVID-19) outbreak continues, in San Jose, Costa Rica December 24, 2020. Costa Rica's Presidency/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. NO RESALES. NO ARCHIVES
Jorge De Ford, 72, receives a dose of the Pfizer/BioNtech COVID-19 vaccine at a home, as the coronavirus disease (COVID-19) outbreak continues, in San Jose, Costa Rica December 24, 2020. Costa Rica's Presidency/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. NO RESALES. NO ARCHIVES - Sputnik Brasil
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Países menores e pobres na América do Sul e no Caribe são prejudicados pelo elevado preço das vacinas, que acabou sendo entre US$ 20 (R$ 104,34) e US$ 40 (R$ 208,67), refere acadêmico.

Embora muitos países do mundo e na América do Sul, tais como Argentina, Chile, Brasil e México tenham acesso adequado a vacinas, países mais pobres da América Latina têm sérios problemas nessa área, argumenta César Pay y Miño, médico e diretor do Centro de Pesquisa de Genoma da Universidade Autônoma UTE do Equador, à Sputnik.

"Há vários países que estão em uma situação crítica, a América Central não tem um verdadeiro plano de vacinação, e o mesmo se aplica aos países menores e mais pobres da América do Sul, como Equador, Peru e Paraguai", contou.

A região está em crise. De acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), sua economia cairá 7,7% em 2020, o pior desempenho em 120 anos.

Diante desta situação, existe certa "responsabilidade" por parte dos fabricantes de vacinas, disse Pay y Miño.

"No início foi dito que os preços seriam muito acessíveis, que custariam entre US$ 3 [R$ 15,65] e US$ 5 [R$ 26,08]. Mas quando a vacina apareceu, os preços estavam entre US$ 20 [R$ 104,34] e US$ 40 [R$ 208,67] para as duas doses. Assim, os países pobres são confrontados com a necessidade de gastar preços exorbitantes em relação à sua população e à sua economia, se é que querem cobrir 60% [da população]", acrescentou.

Mundos diferentes

Segundo o acadêmico, a desigualdade regional na América Latina persiste.

"A América Latina está mais uma vez polarizada entre as economias mais fortes e mais fracas. Isto mostra que as parcerias entre países foram muito importantes para se ter acordos muito mais equilibrados com as fabricantes, mas a colaboração não foi bem-sucedida", comenta.

Pay y Miño detalhou que, no caso da Venezuela, existe um plano de imunização que começará no segundo trimestre de 2021, enquanto Cuba está trabalhando com suas próprias vacinas e tem uma forte aliança com a Rússia.

O Brasil tem previsto o início da vacinação contra a COVID-19 para final de janeiro em grupos de risco, e no resto da população em fevereiro.

Na quinta-feira (24), o governo argentino começou a distribuir Sputnik V, a vacina contra o COVID-19, que chegou no mesmo dia em um voo vindo de Moscou, e espera que entre domingo (27) e segunda-feira (28) todo o país tenha as respectivas doses.

O presidente chileno Sebastián Piñera recebeu o primeiro carregamento de 10.000 doses de vacina do laboratório americano Pfizer na quinta-feira (24), para imunizar profissionais de saúde.

O governo do México também iniciou a campanha nacional de vacinação contra a COVID-19 na quinta-feira (24), após receber o produto da Pfizer, desenvolvido pela empresa alemã BioNtech.

Enquanto isso, Paraguai, Uruguai, Equador e Peru estão tentando realizar negociações individuais com as fabricantes, sem ainda ter chegado a um acordo. Anteriormente, a Covax Facility, responsável por assegurar o acesso mundial a vacinas, informou que elas poderiam chegar no primeiro trimestre de 2021.

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