Médico que 'introduziu' a cloroquina contra a COVID-19 será processado por charlatanismo na França

© AP Photo / Daniel ColeProfessor Didier Raoult, diretor do Instituto Mediterrâneo de Infecção posa no hospital La Timone em Marselha, sul da França
Professor Didier Raoult, diretor do Instituto Mediterrâneo de Infecção posa no hospital La Timone em Marselha, sul da França - Sputnik Brasil
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Os cientistas e virologistas Didier Raoult e Christian Perronne são motivo de uma reclamação formal feita pela ordem médica na França após comentários "indevidos" sobre a COVID-19.

O Conselho Nacional da Ordem dos Médicos, na França, apresentou uma queixa no início de dezembro contra seis médicos, incluindo os professores Didier Raoult e Christian Perronne, em razão de comentários considerados controversos sobre a epidemia de COVID-19. As informações foram publicadas nesta terça-feira (22) pelo jornal Le Monde.

O corpo da ordem dos médicos examina desde o início de dezembro uma série de denúncias contra médicos, a maioria em razão de declarações feitas publicamente sobre a pandemia causada pelo coronavírus.

Raoult e Perronne foram acusados de promover "charlatanismo" com a ciência. Eles respondem por "violações da ética médica conforme definido pelo código de saúde pública". Uma dessas violações é o charlatanismo: o uso de um "remédio ou de um processo ilusório ou insuficientemente testado".

Professor Perronne demitido de seu posto

No que diz respeito ao professor Perronne, a Assistência Pública do Hospital de Paris anunciou na última quinta-feira (17) que o médico encerrou suas funções como chefe de departamento da instituição. Ele foi demitido após ter afirmado que os pacientes da COVID-19 representavam um lucro financeiro inesperado para médicos. Na mesma ocasião, ele voltou a fazer comentários controversos sobre a hidroxicloroquina. 

Didier Raoult enfrenta nova denúncia

Essa não é a primeira vez que Didier Raoult enfrenta uma denúncia pelos conselhos de medicina na França. Em setembro deste ano, Didier Raoult foi denunciado pela Sociedade de Patologia Infecciosa de Língua Francesa (SPILF), que o acusou de uma promoção indevida da hidroxicloroquina.

O microbiologista, tenaz defensor da hidroxicloroquina, está no centro de uma polêmica por, supostamente, ter atrapalhado a gestão da crise do coronavírus pelas autoridades. De acordo com a ordem dos médicos da França, suas palavras pressionaram o conselho, jogando-o contra a população.

© AP Photo / Francois MoriO virologista Didier Raoult, diretor do Instituto Hospitalar de Doenças Infecciosas de Marselha, participa de audiência na comissão de inquérito do Senado, na França
Médico que 'introduziu' a cloroquina contra a COVID-19 será processado por charlatanismo na França - Sputnik Brasil
O virologista Didier Raoult, diretor do Instituto Hospitalar de Doenças Infecciosas de Marselha, participa de audiência na comissão de inquérito do Senado, na França

A polêmica hidroxicloroquina no Brasil

O presidente dos EUA, Donald Trump, elogiou frequentemente o uso da hidroxicloroquina como tratamento para pacientes com coronavírus. No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro seguiu a mesma retórica, fomentando inclusive o aumento da produção do remédio.

​De maneira comprovadamente eficaz, a hidroxicloroquina e um composto relacionado à cloroquina têm sido usados ​​há décadas para tratar a malária, bem como os distúrbios autoimunes do lúpus e da artrite reumatoide. Porém, não há recomendação do remédio em casos de COVID-19.

Além de minimizar a necessidade de comprovação científica, o presidente Bolsonaro destacou ao longo dos últimos meses que haveria uma "guerra ideológica" por trás da polêmica em torno da substância.

Apesar de sua insistência, dois, dos três ministros da Saúde que passaram pelo governo, afirmaram que o remédio não deve ser utilizado como forma de combate ao vírus.

© Folhapress / Pedro LadeiraMinistros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) Paulo Guedes (Economia) Sergio Moro (Justiça) e general Walter Braga Netto (Casa Civil), durante coletiva de imprensa sobre as novas ações do governo no combate a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF)
Ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) Paulo Guedes (Economia) Sergio Moro (Justiça) e general Walter Braga Netto (Casa Civil), durante coletiva de imprensa sobre as novas ações do governo no combate a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - Sputnik Brasil
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Ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) Paulo Guedes (Economia) Sergio Moro (Justiça) e general Walter Braga Netto (Casa Civil), durante coletiva de imprensa sobre as novas ações do governo no combate a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF)
© Folhapress / Pedro LadeiraMinistro da Saúde, Nelson Teich, durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, 30 de abril de 2020, Brasília, Brasil (foto do arquivo).
Ministro da Saúde, Nelson Teich, durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, 30 de abril de 2020, Brasília, Brasil (foto do arquivo) - Sputnik Brasil
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Ministro da Saúde, Nelson Teich, durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, 30 de abril de 2020, Brasília, Brasil (foto do arquivo).
© AP Photo / Andre BorgesNelson Teich (à esq.), cumprimenta o ex-ministro da pasta, Luiz Henrique Mandetta
Nelson Teich (à esq.), cumprimenta o ex-ministro da pasta, Luiz Henrique Mandetta - Sputnik Brasil
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Nelson Teich (à esq.), cumprimenta o ex-ministro da pasta, Luiz Henrique Mandetta
© Folhapress / Cláudio Reis/FramePhotoEduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, faz pronunciamento à imprensa.
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, faz pronunciamento à imprensa. - Sputnik Brasil
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Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, faz pronunciamento à imprensa.
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Ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) Paulo Guedes (Economia) Sergio Moro (Justiça) e general Walter Braga Netto (Casa Civil), durante coletiva de imprensa sobre as novas ações do governo no combate a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF)
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Ministro da Saúde, Nelson Teich, durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, 30 de abril de 2020, Brasília, Brasil (foto do arquivo).
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Nelson Teich (à esq.), cumprimenta o ex-ministro da pasta, Luiz Henrique Mandetta
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Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, faz pronunciamento à imprensa.

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