Bolívia reativa projetos da indústria petroquímica

© AP Photo / Juan KaritaPresidente da Bolívia Luis Arce durante a cerimônia de inauguração em La Paz, 8 de novembro de 2020
Presidente da Bolívia Luis Arce durante a cerimônia de inauguração em La Paz, 8 de novembro de 2020 - Sputnik Brasil
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O presidente boliviano Luis Arce anunciou a reativação dos projetos de transformação de petróleo para recuperar a nacionalização do setor após o governo de Jeanine Áñez.

"Esta crise deve servir para relançar a nossa empresa petrolífera [YPFB], aprender com os erros e aprofundar os sucessos de 14 anos de nosso governo do Movimento ao Socialismo [MAS]", afirmou Arce durante celebração do Dia do Petroleiro.

Ele também ressaltou que a política neoliberal de Áñes, a indisciplina política de alguns executivos e trabalhadores e a corrupção colocaram em risco a nacionalização das empresas petrolíferas.

A indústria boliviana de petróleo e gás foi nacionalizada em 2006, primeiro ano dos 14 de Evo Morales e do MAS no poder e, desde então, a YPFB se tornou a maior empresa estatal do país e principal geradora de impostos e divisas, provenientes da exportação de gás natural à Argentina e Brasil.

Arce afirmou que os esforços da nacionalização, em particular os programas de industrialização e redistribuição de receitas em forma de bônus a setores sociais desfavorecidos, foram colocados em risco durante a gestão transitória, que coincidiu com a pandemia e a crise econômica global.

© REUTERS / David MercadoPresidente boliviano Luis Arce e seu vice David Choquehuanca na varanda do Palácio Presidencial de La Paz, Bolívia
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Presidente boliviano Luis Arce e seu vice David Choquehuanca na varanda do Palácio Presidencial de La Paz, Bolívia

De acordo com o governo, o projeto petroquímico mais próximo a ser reativado é a fábrica de ureia e amônio de US$ 950 milhões (R$ 4,8 bilhões), que Morales inaugurou em 2017 e a administração de Áñez fechou em 2019 sem qualquer explicação, além de uma suposta falta de competitividade.

Além disso, há um projeto quase pronto para ser licitado de uma fábrica de diesel ecológico, que estaria a cargo da YPFB.

A Bolívia gasta mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,1 bilhões) anual, equivalente à quinta parte das suas atuais reservas internacionais, com a importação de diesel, devido ao fato de a produção de hidrocarbonetos do país consistir em sua maioria em gás natural e petróleo leve.

Arce advertiu que os planos seguirão sob ameaça caso a corrupção não seja erradicada.

"Se há algo positivo nesta quarentena é que pudemos reconhecer, ver a cara, saber quem são e quem foram não apenas os executivos e altos funcionários, como também os trabalhadores de nossa própria empresa estatal que traíram os princípios de nacionalização", observou.

Ele também ressaltou que, no centro desta "traição", estava "a corrupção, que é um inimigo que manchou a empresa petrolífera e que não pode voltar".

Arce adicionou que a recuperação da indústria petrolífera do Estado deveria garantir a redistribuição dos lucros em forma de bônus para crianças, idosos e mulheres grávidas, entre outros.

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