Acusações de racismo fazem time norte-americano de beisebol mudar de nome

© AFP 2023 / Jason Miller/Getty Images/AFPCleveland Indians em ação contra o New York Yankees no dia 30 de setembro de 2020 em Cleveland, Ohio
Cleveland Indians em ação contra o New York Yankees no dia 30 de setembro de 2020 em Cleveland, Ohio - Sputnik Brasil
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O Cleveland Indians vai trocar também o escudo e o mascote. É a segunda mudança esse ano entre os principais esportes dos Estados Unidos e nos dois casos o foco era o protesto de povos indígenas.

A equipe de beisebol da cidade de Cleveland, em Ohio, vai mudar de nome por causa de acusações de ofensas raciais, informou o jornal The New York Times.

A decisão vem no meio de um movimento mais amplo para as equipes esportivas deixarem de atrelar nomes e imagens de nativos norte-americanos a elas.

Após anos de protestos de fãs e grupos indígenas do país, o Cleveland Indians decidiu pela mudança, afastando-se de um apelido há muito chamado de racista, disseram três pessoas ligados à franquia e que preferiram o anonimato.

Essa não é primeira mudança no mundo esportivo dos Estados Unidos. Em julho, a equipe de Washington da National Football League (NFL) - o chamado "futebol norte-americano" - deixou de usar o termo "Redskins" (peles vermelhas, em inglês) pelo mesmo motivo.

O movimento faz parte de um debate nacional sobre raça que aumentou este ano em meio a protestos de racismo sistêmico e violência policial.

A transição para um novo nome envolve muitas considerações logísticas, incluindo o trabalho com fabricantes de uniformes e empresas que produzem outros equipamentos e sinalização de estádios. Uma das pessoas disse que o Cleveland pensou em manter o nome e os uniformes para a temporada de 2021, enquanto trabalhava para mudar em 2022.

Mas a organização já vinha mudando desde 2019 quando passou grande parte do ano eliminando gradualmente os logotipos e imagens do mascote, o chefe Wahoo.

A franquia de beisebol de Cleveland é conhecida como "Indians" desde 1915, mas grupos indígenas norte-americanos e outros opuseram-se durante décadas ao uso de nomes indígenas, mascotes e imagens em equipes esportivas, insistindo que são aviltantes e racistas.

O nome de Cleveland e o antigo nome de Washington foram considerados entre os exemplos mais notórios e tornaram-se alvos de campanhas generalizadas de mudança. A franquia que comanda o Cleveland não fez comentários.

Trump não gostou

Em resposta à decisão de Cleveland, muitos adeptos elogiaram a mudança, afirmando que há muito ela era esperada e propondo ideias para novos nomes. Outros, como o presidente Donald Trump, criticaram a decisão.

Outras equipas esportivas profissionais, incluindo o Atlanta Braves, o Kansas City Chiefs e o Chicago Blackhawks, disseram nos últimos meses que não têm planos de mudar os seus nomes.

Muitas universidades e escolas secundárias abandonaram terminologias e mascotes nativos norte-americanos há muito tempo, mas os esforços para abordar os nomes a todos os níveis do esporte nos Estados Unidos têm aumentado nos últimos meses.

Em julho, poucas horas depois de Washington ter anunciado que iria mudar o seu nome sob pressão de patrocinadores como FedEx, Pepsi e Nike, Cleveland disse que iria conduzir uma "revisão minuciosa" do seu nome. A equipe consultou muitos grupos nativos, tanto em Ohio como a nível nacional.

"Estamos empenhados em envolver a nossa comunidade e as partes interessadas apropriadas para determinar o melhor caminho a seguir no que diz respeito ao nome da nossa equipe", disse a franquia numa declaração em julho.
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