Ex-Mossad censura CIA por criticar morte de Fakhrizadeh: eles 'realizaram no passado atos similares'

© REUTERS / Agência de notícias WANA / HandoutCaixão de Mohsen Fakhrizadeh no Irã
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Como relata Efraim Halevy, ex-diretor do Mossad, John Brennan defendeu assassinatos por meio de drones de "líderes e agentes terroristas", sendo que Fakhrizadeh era também militar.

A crítica do assassinato de Mohsen Fakhrizadeh, cientista nuclear e de mísseis do Irã, por parte de John Brennan, diretor da CIA durante a administração Obama (2009-2017), é estranha, devido ao ex-presidente ter apoiado este tipo de assassinatos, disse um antigo diretor da agência de inteligência israelense Mossad.

Efraim Halevy considera que as afirmações de Brennan, que apelidou a operação de "ato criminoso", "altamente imprudente", possivelmente um "ato de terrorismo patrocinado pelo Estado", e que seria "uma flagrante violação do direito internacional", parecem equivocadas.

"[...] Organizações e agências americanas realizaram no passado atos similares quando acreditavam que um indivíduo estava colocando em perigo a segurança nacional de seu país", afirmou em conversa com a agência RT.

Em particular, Halevy destacou o fato de o ex-chefe da CIA ter sido o primeiro a reconhecer oficialmente que a organização realizava assassinatos por meio de drones. Ao mesmo tempo, Brennan agora disse que matar "líderes e agentes terroristas" é fundamentalmente diferente do que aconteceu com Fakhrizadeh.

No entanto, Fakhrizadeh não era apenas um cientista, mas também um alto oficial do Corpo de Guardiães da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), pelo que, segundo a lógica, John Brennan não devia criticar sua morte, segundo Halevy.

Efraim Halevy não se pronunciou sobre a legitimidade do assassinato, dizendo que tais julgamentos não competem aos funcionários aposentados. Ele também observou que, como ferramenta política, tais assassinatos eram muito limitados.

Segundo ele, tais operações têm "o valor do momento" mas nunca levarão a uma "mudança estratégica".

Sam Medhi Torabi, diretor do Instituto de Estudos Estratégicos Risalat no Irã, tem uma análise semelhante, afirmando que o evento "não vai fazer com que o Irã se afaste de seu objetivo estratégico" de "expulsar os americanos da Ásia Ocidental".

"Isso vai acontecer, a única questão é saber como", assegurou.

Fakhrizadeh foi morto em 27 de novembro em Absard, perto de Teerã, em um atentado que as autoridades iranianas creem ter sido organizado por Israel.

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