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Governo federal encomenda relatório que separa jornalistas em 'detratores' e 'favoráveis'

© Folhapress / Pedro LadeiraPresidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao lado do intérprete de libras durante pronunciamento à imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), para falar sobre as medidas de combate ao coronavírus
Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao lado do intérprete de libras durante pronunciamento à imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), para falar sobre as medidas de combate ao coronavírus - Sputnik Brasil
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O governo federal teria contratado uma empresa de comunicação para elaborar um relatório que classifica 81 jornalistas e influenciadores em redes sociais como "detratores" ou "favoráveis" ao governo.

De acordo com informações reveladas pela reportagem de Rubens Valente, do UOL, o documento intitulado "Mapa de influenciadores" foi elaborado pela empresa BR+ Comunicação, que analisou postagens sobre o Ministério da Economia e o ministro Paulo Guedes durante o mês de maio de 2020. Foi apurado que a empresa tem um contrato com o Ministério da Ciência e Tecnologia no valor R$ 2,7 milhões.

O relatório da empresa de comunicação teria levado ao governo classificações sobre os profissionais em três grupos: "detratores" do governo, "neutros informativos" e "favoráveis". O primeiro grupo forma a maioria da lista, com 51 nomes. Os "favoráveis" são 23, e outros oito "neutros informativos" completam a relação, sendo que um nome se repete em dois grupos. 

Fazem parte da lista de "detratores" nomes de jornalistas como Xico Sá, Guga Chacra, Vera Magalhães, Cynara Menezes, e professores universitários como Silvio Almeida, Laura Carvalho, Jessé Souza, entre outros. 

Muitos dos citados se manifestaram nas redes sociais, criticando a produção do documento.

​Entre os "favoráveis", constam nomes como Milton Neves, Rodrigo Constantino, Guilherme Fiuza, Tomé Abduch, entre outros.

De acordo com a publicação, a partir do documento podem ser tomadas medidas como o "monitoramento preventivo das publicações da influenciadora", "envio de esclarecimentos para eventuais equívocos que ele publicar" ou "propor parceria para divulgar ações da Pasta".

Resposta do Ministério da Economia

O Ministério da Economia, em resposta à reportagem, afirmou que os "produtos de comunicação" são definidos no contrato pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), "assim como é definido para todos os órgãos da administração direta".

"Esclarecemos, portanto, que os órgãos não têm coordenação sobre essa entrega [Mapa de Influenciadores], mas, assim como monitoramentos de redes sociais e clipping de imprensa, ela é importante para o envio de releases, convocações para coletivas de imprensa, participações em eventos, fotos e vídeos", diz a nota da pasta.

Ainda de acordo com o Ministério da Economia, "não se faz uso de informações pessoais". "O produto também não traz informações de profissionais de governos, apenas jornalistas e influenciadores de redes sociais e/ou formadores de opinião - definidos com base no número de seguidores", completa a nota.

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