Pobreza e fome na América Latina estão 'logo ao lado', diz especialista

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Extrema pobreza e fome são algumas das consequências que a pandemia da COVID-19 poderia trazer aos países da América Latina, acredita especialista.

De acordo com o que disse em uma entrevista à Sputnik Mundo o economista Isaac Enríquez Pérez, doutor em Economia Internacional e Desenvolvimento e acadêmico da Universidade Nacional Autônoma do México, se trata de um cenário que estaria "logo ao lado".

Para Pérez, na América Latina coincidem atualmente "três grandes crises": uma sanitária, outra do modelo econômico – fundamentado na exportação de matérias-primas – e uma terceira, o esgotamento do modelo político do progressismo.

Uma combinação que já está tendo efeitos, como "44 milhões de latino-americanos que ingressaram no desemprego" até outubro deste ano, "aproximadamente 45 milhões de habitantes que também engrossaram as filas da pobreza" e cerca de "28 milhões que não podem cobrir suas necessidades básicas".

Enquanto isso, "140 milhões de latino-americanos estão no que se chama de economia subterrânea", ou seja, "cerca de 55% da população economicamente ativa" está "à margem das proteções sociais mínimas", trabalhando em setores informais.

"Outro calcanhar de Aquiles da região é uma possível crise que pode surgir nos sistemas bancário-financeiros", onde a situação de rendas da cidadania conduziria a que "cedo ou tarde" os bancos não vão poder "recuperar esses créditos que nos anos passados outorgaram em condições flexíveis, em condições laxistas, e até com grande dose de irresponsabilidade", apontou o economista.

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Ante essas circunstâncias – nas quais além disso "vários Estados latino-americanos estariam praticamente em uma situação de falência" e o Produto Interno Bruto (PIB) regional se contrairia quase 10% – o especialista salientou a "necessidade de pensar em um novo pacto social", uma reconstrução das sociedades da América Latina no mundo pós-pandêmico.

Para o economista estas mudanças não devem ser feitas "a partir da importação de modelos econômicos que pouco se relacionam com as necessidades, com as urgências e com as problemáticas da região".

"Esta é a necessidade de ter uma sociedade latino-americana organizada, em movimento, que ponha em questionamento esses grandes modelos econômicos que se ensaiaram na região e que não deram os resultados favoráveis", concluiu Pérez.

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