Haverá regresso da política fracassada de Obama no Oriente Médio se Biden vencer, diz analista

© AP Photo / Baderkhan AhmadVeículo militar dos EUA patrulha campos de petróleo na Síria (imagem de arquivo)
Veículo militar dos EUA patrulha campos de petróleo na Síria (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil
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Se Joe Biden se tornar presidente dos EUA, o mundo testemunhará a continuação da política intervencionista de Barack Obama no Oriente Médio e no Norte da África, segundo especialista em Oriente Médio e analista político Ghassan Kadi.

A mídia norte-americana nomeou ex-funcionários da administração de Bill Clinton e Barack Obama, tais como Antony Blinken, Jake Sullivan, Colin Kahl, Michele Flournoy e Susan Rice e outros, para possível formação da administração estratégia de política externa nos próximos quatro anos no caso de vitória de Biden.

A equipe da política externa de Biden

"Globalmente falando, a administração Biden vai pressionar para acalmar tensões com a China e Estados da UE da OTAN, aumentando a retórica contra Coreia do Norte e impondo mais sanções a Rússia, Irã e Síria por qualquer razão que conseguirem evocar", comenta Ghassan Kadi, especialista em Oriente Médio e analista político de descendência síria.

A equipe da política externa de Biden consiste em mais de duas mil pessoas, inclusive 20 grupos de trabalho, para determinar sua agenda de política externa e anular algumas políticas externas do presidente Donald Trump, de acordo com Foreign Policy.

Os apoiadores do político Bernie Sanders manifestaram preocupações com o círculo interno de Biden que consiste principalmente em veteranos da administração de Clinton e Obama que, anteriormente, aprovaram intervenções militares no Oriente Médio, no Norte da África e na Ásia Central, segundo The National Interest.

A figura de Colin Kahl

Se Joe Biden ganhar a presidência, EUA não sairão da Síria, Iraque ou Afeganistão em breve, acredita Ghassan Kadi. Ele não exclui o aumento do contingente militar dos EUA na Síria sob a administração de Biden, acrescentando que ex-presidente provavelmente não estabelecerá um diálogo com Damasco.

"A resposta simples é não, não porque eles não devem, mas porque eles serão arrogantes demais para perceber que não é possível sair de um impasse sem negociações", afirma especialista em Oriente Médio em entrevista à Sputnik International. "Se qualquer coisa, qualquer novo assessor ou grupo de conselheiros for pressionar para demostrar que a política de Trump na Síria estava errada, eles [administração Biden] provavelmente vão apoiar envio de mais tropas à Síria."

Colin Kahl, assessor informal da campanha de Biden, ocupou posição de subsecretário de Defesa no Oriente Médio de 2009 até fim de 2011. Ele é considerado o arquiteto da resposta do Pentágono à Primavera Árabe.

© AP Photo / Darko BandicSoldado dos EUA em veículo blindado, em base militar no nordeste da Síria, em local não especificado (foto de arquivo)
Haverá regresso da política fracassada de Obama no Oriente Médio se Biden vencer, diz analista - Sputnik Brasil
Soldado dos EUA em veículo blindado, em base militar no nordeste da Síria, em local não especificado (foto de arquivo)

Desde que Donald Trump tomou posse, Kahl vem criticando a política do Oriente Médio do atual presidente. Kahl se opôs a Trump pela decisão da retirada imediata de tropas da Síria depois da derrota dos terroristas do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em muitos outros países). De acordo com Kahl, os objetivos de Washington na Primavera Árabe não se limitavam à luta antiterrorista.

Ao contrário, Kahl apoiou o plano de Biden de presença limitada de contingente militar no Oriente Médio e Afeganistão.

No entanto, de acordo com Kadi, a situação no território do Oriente Médio mudou drasticamente nos últimos anos. A Síria já não é uma nação em ruínas como era cinco anos atrás, comenta.

Retirada de tropas norte-americanas ainda é possível

Falando sobre o fracasso de Trump em não retirar tropas da República Árabe, o analista lembra que alguns oficiais do Pentágono deliberadamente enganaram o presidente Trump sobre o tamanho atual do contingente militar dos EUA.

Contudo, isso não significa que a história acabará assim, declara Kadi, já que as eleições dos Estados Unidos ainda são incertas.

"Os resultados oficiais das eleições presidenciais dos EUA ainda estão para ser conhecidos. Além disso, foi divulgado que, em preparação a qualquer resultado que declare Trump perdedor, ele provavelmente está tirando o tapete debaixo dos pés de Biden e planejando retirar tropas de vários postos ultramarinos, inclusive da Síria", afirmou esperançosamente Kadi.

Na segunda-feira (9), Trump demitiu o secretário de Defesa, Mark Esper, substituindo-o pelo diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo, Christopher Miller.

Miller, conhecido como defensor do fim das guerras ultramarinas dos Estados Unidos, recentemente escreveu uma carta para todos os empregados do Pentágono: "Enfrentamos o desafio. Demos nosso melhor. Agora, é tempo de voltar para casa", escreveu o secretário de Defesa sem apresentar um calendário específico.

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