Militares da Etiópia tomam aeroporto em Tigré e União Africana pede cessar-fogo

© REUTERS / Tiksa NegeriMilícias em Amhara se dirigem para zona de confronto com a TPLF em Tigré
Milícias em Amhara se dirigem para zona de confronto com a TPLF em Tigré - Sputnik Brasil
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Tropas da Etiópia tomaram um aeroporto na região de Tigré em uma ofensiva contra líderes locais que desafiam a autoridade do premiê Abiy Ahmed. A União Africana (UA), por sua vez, pede o cessar-fogo na região.

A emissora estatal EBC informou nesta terça-feira (10) sobre a tomada do aeroporto, em mais um episódio de um conflito que fica cada vez mais intenso, que já registra centenas de mortes, e alguns temem que possa se converter em uma guerra civil, dada a profunda hostilidade entre os tigrínios e o governo de Abiy Ahmed, que pertence ao grupo étnico majoritário Oromo.

Várias forças de Tigré se renderam durante a tomada do aeroporto da cidade de Humera, que fica próxima da fronteira com Sudão e Eritreia. Além disso, os militares tomaram o controle de uma rodovia que liga a cidade com a fronteira sudanesa, segundo a emissora local de TV Fana.

A agência Reuters, por sua vez, assinalou que não foi possível confirmar a informação e não houve uma resposta imediata da Frente de Libertação Popular de Tigré (TPLF, na sigla em inglês), que governa o estado com mais de 9 milhões de pessoas.

Abiy, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2019, ordenou ataques aéreos e enviou tropas para Tigré na semana passada, após acusar a TPLF de atacar uma base militar. Os tigrínios dizem que o governo de Abiy os oprime e discrimina, e agiu de forma autocrática ao cancelar uma eleição nacional.

A União Africana, cuja sede fica na capital etíope Adis Abeba, pediu a realização de conversas de paz para que se estabeleça um cessar-fogo.

"O presidente [da UA, Moussa Faki Mahamat] pede o fim imediato das hostilidades e que as partes respeitem os direitos humanos e garantam a proteção dos civis", disse a organização em comunicado.

De acordo com os jornalistas da Reuters que estiveram ontem (9) em Tigré e na região vizinha de Amhara, caminhões cheios de milicianos e caminhonetes com metralhadoras foram vistos deslocando-se para a linha de frente do conflito para apoiar o governo federal.

Aviões de guerra bombardearam depósitos de armas e outros alvos, segundo ambas as partes do conflito. Além disso, Trabalhadores humanitários e fontes de segurança relataram que havia intensos combates no terreno.

Segundo a Reuters, fontes militares e de segurança do setor das tropas federais em Amhara disseram que cerca de 500 pessoas morreram em Tigré, além de centenas de militares nacionais.

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