As células T, que atuam contra o coronavírus SARS-CoV-2, permanecem no organismo de pessoas recuperadas até seis meses após a infecção, de acordo com estudo publicado no servidor de pré-impressão bioRxiv.
A resposta imune ao coronavírus é essencial para controlar infecção primária e prevenção de reinfecção.
Grupo de cientistas de várias universidades do Reino Unido estudou amostras de 100 voluntários que haviam contraído o vírus há meio ano, em março ou abril de 2020. As respostas imunes das células T ao coronavírus estavam presentes em todos os envolvidos, que estão caracterizados por repostas predominantes de células T CD4+, com uma forte expressão de citocinas IL-2.
Quanto aos fatores que determinam a intensidade da reação ao vírus, os pesquisadores afirmam que a reposta imune depende da gravidade da doença de cada caso.
"A média de resposta das células T foi 50% maior nos doadores que haviam experimentado uma infecção sintomática inicial, o que indica que a gravidade da infecção primária estabelece um ponto de referência para a imunidade celular que dura ao menos seis meses", segundo o artigo.
Em um comentário, o professor Paul Moss, coautor do artigo, destacou que se trata do primeiro estudo, em todo o mundo, que explica a reposta imune ao SARS-CoV-2 seis meses depois da infecção entre as pessoas assintomáticas ou com doença leve ou moderada.
"Ainda nos resta muito para entender antes de ter uma compreensão completa de como funciona a imunidade contra COVID-19", advertiu o cientista, citado em um comunicado do Consórcio de Imunologia do Coronavírus do Reino Unido (UK-CIC, na sigla em inglês).