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Brasil é irrelevante para EUA e Biden não entrará em confronto com país se eleito, diz especialista

© REUTERS / Kevin LamarqueJoe Biden, candidato a presidente dos EUA, discursa ao lado de sua vice, Kamala Harris, em Delaware
Joe Biden, candidato a presidente dos EUA, discursa ao lado de sua vice, Kamala Harris, em Delaware - Sputnik Brasil
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Apesar de declarações de Jair Bolsonaro, o democrata Joe Biden, caso eleito presidente dos EUA, não adotará postura de confronto contra o governo brasileiro, disse especialista à Sputnik Brasil.

Nesta quarta-feira (4), em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que torcia pela reeleição do republicano Donald Trump nos Estados Unidos. 

"Preferência, acho que todo mundo tem, e não vou discutir com ninguém. Quem é democrata, quem por ventura torce por republicanos. Vocês sabem a minha posição, clara, e isso não é interferência. Tenho uma boa política com o Trump, espero que ele seja reeleito. Espero, né", afirmou o presidente. 

Segundo o cientista político Arnaldo Francisco Cardoso, professor e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, Bolsonaro exagera quando exalta sua amizade com presidente estadunidense, o que seria menos uma estratégia diplomática, e mais uma maneira de reforçar sua base de apoio no Brasil.

"O presidente do Brasil sempre buscou capitalizar uma suposta amizade com Trump, mas nunca tivemos evidências de reciprocidade nessa suposta relação preferencial. Parece que esse recurso atende exclusivamente a sua audiência interna. Isso agora pode ter se esgotado", disse o especialista. 

Brasil não terá 'espaço' na agenda

Apesar da torcida e das declarações de Bolsonaro, o professor não acredita em uma política de confronto de Biden caso ele venha a ocupar a Casa Branca. Para o pesquisador, o ex-vice-presidente dos EUA é "experiente" e, além disso, o Brasil não tem um lugar de destaque na agenda externa norte-americana. 

"Sobre um risco de confronto, creio que há outros cenários mais prováveis. Biden é um político experiente. Além de sua atuação parlamentar, foi vice-presidente por oito anos, conhece o Brasil e foi conselheiro do ex-presidente Barack Obama em temas de política externa. Ele terá uma agenda bastante complexa para encaminhar, e não acredito que o Brasil ocupará tanto espaço em sua agenda", avaliou Cardoso. 

Com quase todos os votos contabilizados, Biden está perto de ser eleito novo presidente dos EUA. Ele tem 264 votos no colégio eleitoral e precisa de mais seis - o que pode vir de Nevada, para chegar a 270, número que um candidato deve alcançar para ser declarado vencedor. 

Declaração de Biden foi 'hipervalorizada'

Como prova de que o Brasil não ocupa lugar de destaque na diplomacia norte-americana, o professor da Mackenzie lembra que o país só foi citado uma vez ao longo da campanha nos EUA: durante debate, Biden afirmou que, caso o Brasil não parasse de desmatar a Amazônia, sofreria consequências econômicas. 

Segundo o cientista político, a afirmação de Biden foi supervalorizada pela mídia brasileira e por Bolsonaro.

"Durante a campanha eleitoral, o Brasil não mereceu nenhum espaço de atenção, com exceção de uma rápida menção em debate com relação aos incêndios da Amazônia, o que terminou sendo hipervalorizado pela imprensa brasileira e pelo presidente. O próprio Trump nem menção fez ao país. Falou-se de México, Alemanha, China, Rússia, Arábia Saudita, Coreia do Norte, mas nada de Brasil. Desde muito sabemos que somos pouco relevantes para a política externa norte-americana", ponderou Arnaldo Francisco Cardoso.
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