Chefe dos direitos humanos da ONU diz que crimes de guerra podem ter acontecido em Nagorno-Karabakh

© Sputnik / Ilia PitalevDanos na cidade Shusha, na república não reconhecida de Nagorno-Karabakh
Danos na cidade Shusha, na república não reconhecida de Nagorno-Karabakh - Sputnik Brasil
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Para Michele Bachelet, há imagens gravadas de tropas do Azerbaijão fuzilando soldados armênios e ela pede que os dois lados parem de bombardear alvos civis.

A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta segunda-feira (2) que podem ter havido crimes de guerra no enclave de Nagorno-Karabakh, disputado por Armênia e Azerbaijão, informou a agência Reuters.

A chilena Michele Bachelet, que na prática é a responsável por relatar desrespeitos aos direitos humanos nos países que compõem nas Nações Unidas, comunicou em nota oficial que tem informações "convincentes e profundamente perturbadoras" de quebra das regras da Convenção de Genebra.

Na declaração, Bachelet disse que ataques de artilharia na região podem ser classificados como crimes de guerra e pediu que a Armênia e o Azerbaijão suspendam os ataques a áreas civis, escolas e hospitais. Isso apesar de um acordo alcançado em Genebra na última sexta-feira (30) pelos dois países para se absterem de atacar deliberadamente civis.

A alta comissária comentou que houve relatos durante o fim de semana de disparos de artilharia contra áreas populosas no mercado central em Stepanakert e em Tartar.

"Enquanto muitas imagens falsas têm circulado na mídia social, investigações aprofundadas por organizações de mídia em vídeos que pareciam mostrar as tropas do Azerbaijão executando sumariamente dois armênios capturados em uniformes militares revelaram informações convincentes e profundamente perturbadoras", disse Bachelet.

As acusações mútuas e quebras de acordos de cessar-fogo continuam. Na quarta-feira passada (28), autoridades azeris disseram que um ataque com mísseis armênios na cidade de Barda, perto de Nagorno-Karabakh, deixou pelo menos 21 civis mortos e 60 feridos. A porta-voz do Ministério da Defesa da Armênia, Shushan Stepanyan, negou a acusação. 

História

Armênia e Azerbaijão travam conflitos desde o início dos anos 1990 pelo controle de Nagorno-Karabakh, também conhecido como Artsakh, território localizado em uma região montanhosa no Cáucaso do Sul, entre o mar Negro e o mar Cáspio, que é um enclave de maioria armênia no Azerbaijão. De acordo com o direito internacional, a região continua pertencendo ao Azerbaijão.

Para a Armênia, o território é parte de sua pátria histórica e a população local precisa de proteção. A Armênia descarta soluções diplomáticas e o Azerbaijão exige a retirada das tropas como condição prévia para qualquer negociação.

A Convenção de Genebra reúne tratados internacionais assinados entre 1864 e 1949 para reduzir os efeitos das guerras sobre a população civil, além de oferecer uma proteção para militares capturados ou feridos.

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