Avaliado em US$ 700 bi, UE e China estão em guerra comercial pelo mercado de hidrogênio, diz mídia

© Folhapress / Diego PadgurschiGráfico das flutuações dos índices de mercado no pregão da BM & F Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo.
Gráfico das flutuações dos índices de mercado no pregão da BM & F Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo. - Sputnik Brasil
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Hidrogênio ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e evita as piores consequências das mudanças climáticas. Dessa forma, desencadeou-se uma corrida global para construir um negócio que pode valer bilhões de dólares.

A União Europeia (EU) pretende investir quase US$ 550 bilhões (R$ 3,1 trilhão) no desenvolvimento de infraestrutura de hidrogênio. O presidente chinês Xi Jinping anunciou recentemente que seu país se tornaria neutro em CO2 até 2060. A Arábia Saudita, por sua vez, está considerando construir uma usina de amônia baseada em hidrogênio, que seria movida a energia renovável e custaria US$ 5 bilhões (R$ 28,7 bilhões). Globalmente, esse mercado está sendo avaliado em cerca de US$ 700 bilhões (R$ 4 trilhões) até 2050, calculam analistas da agência Bloomberg.

"São países indo contra países para garantir sua fatia de mercado […] Chamamos isso de 'Guerra do Hidrogênio' devido à maneira como os governos estão correndo para subsidiar esses projetos para serem líderes [no setor]", afirma à mídia Gero Farruggio, chefe de energias renováveis da empresa de pesquisa Rystad Energy.

Ideia velha, novo ímpeto

O uso de hidrogênio como fonte de energia não é uma ideia nova. Nasceu há quase um século, em 1927, ano em que foi instalada uma máquina elétrica para produzir gás na Noruega com o objetivo de ajudar na produção de fertilizantes. Desde então, o gás tem sido usado na fabricação de zepelins, motores de foguetes e armas nucleares.

© AP Photo / KCNALíder norte-coreano Kim Jong-un supervisiona o que seria uma versão miniaturizada de uma bomba de hidrogênio, ainda mais potente do que uma bomba atômica
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Líder norte-coreano Kim Jong-un supervisiona o que seria uma versão miniaturizada de uma bomba de hidrogênio, ainda mais potente do que uma bomba atômica

O hidrogênio pode ser fabricado sem produzir emissões de carbono, especialmente se for fabricado com máquinas movidas a energia renovável. Este método minimiza a pegada de carbono porque quando o hidrogênio é queimado, ele geralmente emite principalmente vapor d'água.

Ainda assim, essa tecnologia tem suas desvantagens. Esse gás é caro de produzir, é difícil de armazenar e, não menos importante, é altamente inflamável. No entanto, o interesse no hidrogênio não para de crescer, garante David Hart, diretor da consultoria E4tech.

UE vs. China

A Europa está se movendo agressivamente nesse mercado. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, colocou o Pacto Verde no centro de um ambicioso plano energético para o bloco avaliado em 750 bilhões de euros (R$ 5 trilhões). O principal objetivo será construir a capacidade de gerar 40 gigawatts ainda nesta década, o que ajudaria a produzir hidrogênio a partir de fontes renováveis.

Enquanto a Europa tem planos ambiciosos para reduzir suas emissões, a China não fica atrás. O presidente Xi Jinping anunciou recentemente que o país asiático se tornaria neutro em CO2 até 2060.

Na região chinesa da Mongólia Interior, um gigantesco parque eólico e solar está sendo construído para produzir hidrogênio. No dia 29 de outubro, a maior refinaria de petróleo do país, a Sinopec, anunciou que investirá seus recursos para se tornar um "grande player" neste setor.

© STR/AFPProjetos de energia renovável, como a solar, estão no foco dos financiamentos do banco
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Projetos de energia renovável, como a solar, estão no foco dos financiamentos do banco

Atualmente, a China é o maior fabricante de eletrolisadores, além de ser o país que produz de forma mais barata, aproveitando o baixo custo da mão-de-obra e de matéria-prima.

"Os chineses sempre têm a vantagem de serem rápidos. E assim que alcançam uma massa crítica, eles são capazes de exportar", sublinha Edgare Kerkwijk, diretor-gerente da consultoria Asia Green Capital Partners.

A China ainda não conquistou o mercado europeu, mas para Jon Andre Lokke, CEO da fabricante de hidrogênio norueguesa Nel ASA, é apenas uma questão de tempo. "Estamos muito à frente no jogo. Mas temos que correr muito, muito rápido", concluiu.

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