Oposição na Geórgia não aceita resultado das eleições parlamentares e convoca protestos

© Sputnik / Stringer / Acessar o banco de imagensParticipantes de manifestação na capital da Geórgia, Tbilisi
Participantes de manifestação na capital da Geórgia, Tbilisi - Sputnik Brasil
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Base de apoio ao governo tem 54% dos votos, mas oposicionistas falam em "falsificação total" e haverá segundo turno em metade das zonas eleitorais.

Os partidos de oposição na Geórgia não aceitaram os resultados das eleições parlamentares de sábado (31) e estão convocando protestos para o domingo (1º), informou a Sputnik em Tbilisi, capital do país. De acordo com os resultados preliminares da Comissão Eleitoral Central (CEC), o partido governista Sonho Georgiano está na frente com 54,72% dos votos. A força da coalizão de oposição, chamada Unidade, tem 23,61%.

Nika Melia, membro do antigo partido governista Movimento Nacional Unido (UNM), disse à imprensa na noite de sábado (31) que "não foi uma eleição, foi uma guerra" e convocou as pessoas a se reunirem para uma ação de protesto na Avenida Rustaveli, na capital. Melia destacou que os resultados da votação de sábado foram falsificados.

Shalva Natelashvili, fundadora e líder do Partido Trabalhista Georgiano, contou que houve "falsificação total dos resultados das eleições e os protestos continuarão até que uma nova eleição seja agendada".

Mas haverá segundo turno em 15 das 30 zonas eleitorais, informou a Comissão Eleitoral Central (CEC) da Geórgia após contagem de 33,45% dos votos. De acordo com a CEC, os representantes do Sonho Georgiano e do oposicionista A Força Está Na Coalizão, devem participar da fase final.

Protestos em 2019

Ano passado a Geórgia teve sérios distúrbios. Milhares de pessoas se concentraram em frente ao Parlamento reivindicando uma reforma política no país além da liberação de manifestantes detidos e a renúncia do líder do partido no poder, o bilionário Bidzina Ivanishvili.

Com isso, a oposição convocou uma manifestação e levou cerca de 10 mil pessoas às ruas. Elas romperam o cordão policial para entrar no prédio e exigir a renúncia do presidente do Parlamento. Por volta da meia-noite, a polícia lançou gás lacrimogêneo contra a multidão e só parou quando muitos dos manifestantes deixaram o local. De acordo com um assessor do primeiro-ministro Mamuka Bakhtadze, os distúrbios deixaram um saldo de 39 policiais e 30 manifestantes feridos.

A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) denunciou as ações da polícia contra uma multidão "não-violenta". A Anistia Internacional pediu uma "investigação séria". A repressão no primeiro dia dos protestos também levou os manifestantes a exigirem a renúncia do ministro do Interior Giorgi Gakharia, responsável por comandar a polícia. 

A situação em 2018

Protestos de grandes proporções também aconteceram há dois anos em Tbilisi com pessoas exigindo a renúncia do primeiro-ministro Giorgi Kvirikashvili e do ministro do Interior, Giorgi Gakharia. As manifestações ocorrem após uma operação em casas noturnas da capital. De acordo com o Ministério do Interior, oito traficantes de drogas foram presos. Mas para a imprensa local, os detidos eram mais de 70.

A Geórgia é uma república parlamentarista. Fica na interseção da Europa com a Ásia, na região das montanhas do Cáucaso, e está entre Armênia e Azerbaijão. Tem uma população de cerca de 3,8 milhões de habitantes. Com uma área equivalente 69 mil quilômetros quadrados, é um pouco maior do que a Paraíba.

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