Turquia critica charge 'explícita' do presidente Erdogan na capa do jornal Charlie Hebdo

© REUTERS / Presidência da Turquia Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan discursa em Ancara, Turquia, 26 de outubro de 2020
Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan discursa em Ancara, Turquia, 26 de outubro de 2020  - Sputnik Brasil
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Ancara acusou Charlie Hebdo, jornal satírico francês, de promover o ódio após ter publicado uma caricatura do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, na primeira página.

O desenho mostra o líder turco descansando com roupas informais e uma lata de cerveja na mão, enquanto levanta a saia de uma mulher usando hijab, expondo as nádegas da mesma. Esta caricatura adiciona ainda mais tensão às atuais hostilidades entre a França e os países muçulmanos.

"Oh, o profeta!", exclama Erdogan na charge. O Charlie Hebdo colocou legenda na caricatura: "Erdogan: em particular, ele é muito engraçado!"

Respostas e pensamentos de Ancara

O vice-presidente turco, Fuat Oktay, condenou a revista pela imagem de capa escolhida, chamando a atenção da comunidade internacional para "se manifestar contra esta desgraça".

Em sua conta no Twitter, Oktay postou: "Você não pode enganar ninguém se escondendo atrás da liberdade de opinião! Condeno a publicação imoral do imperdoável trapo francês sobre o nosso presidente", traduzindo do turco.

O diretor de comunicações da nação persa, Fahrettin Altun, foi mais longe, sugerindo que o jornal foi encorajado pelo próprio governo francês.

A agenda antimuçulmana do presidente francês Macron está dando frutos! O Charlie Hebdo acaba de publicar uma série de charges cheias de imagens desprezíveis, supostamente do nosso presidente. Condenamos o esforço nojento desta publicação para espalhar o seu racismo cultural e ódio.

Em uma série de tweets, o diretor de comunicações turco reiterou que a Turquia se opõe a "qualquer ato de terrorismo em nome do islã". Porém, Altun também declarou que não pode ficar calado "diante de ataques repugnantes à nossa cultura e religião, independentemente de onde venham".

Mundo árabe furioso

A provocante capa da revista surge em meio a uma discussão verbal em curso entre o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e o presidente francês Emmanuel Macron, após o assassinato chocante do professor francês Samuel Paty. O professor foi decapitado por um refugiado checheno após a comunidade muçulmana local tê-lo denunciado por dar lição sobre liberdade de expressão que incluía caricaturas do profeta Maomé, também originárias do jornal Charlie Hebdo.

Macron reprimiu o extremismo islâmico e prometeu defender os valores seculares franceses, afirmando que a França "não desistirá" das suas charges. Tais declarações geraram uma resposta dura em todos os países muçulmanos, com o próprio presidente Erdogan convocando seu povo e irmãos árabes a boicotar produtos franceses.
© Sputnik / Maxim BlinovSolidariedade às vítimas do massacre do Charlie Hebdo
Turquia critica charge 'explícita' do presidente Erdogan na capa do jornal Charlie Hebdo - Sputnik Brasil
Solidariedade às vítimas do massacre do Charlie Hebdo

O jornal Charlie Hebdo já foi vitimado por seus cartoons provocadores no passado. Em 2015, 12 pessoas morreram quando terroristas islâmicos invadiram redação do jornal em Paris. Desde então, o jornal mudou de local, com o novo endereço sendo mantido em segredo por razões de segurança.

No início deste ano, o Charlie Hebdo voltou a imprimir algumas de suas charges. Pouco depois, um homem feriu com uma faca duas pessoas do lado de fora da antiga redação do jornal. O ataque foi classificado como "um ato de terrorismo islâmico" pelo ministro do Interior francês.

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