Galáxia anã colidiu com Via Láctea há 3 bilhões de anos e foi dilacerada pela gravidade (VÍDEO)

© Foto / NASA, ESA, and J. Dalcanton, B.F. Williams, and M. DurbinImagem da colisão entre duas galáxias tirada pelo telescópio Hubble da NASA
Imagem da colisão entre duas galáxias tirada pelo telescópio Hubble da NASA - Sputnik Brasil
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Cientistas descobrem quando ocorreu a colisão lateral entre uma galáxia anã e a Via Láctea. O evento fez com que a nossa galáxia herdasse estrelas com formato atípico, encontradas pela primeira vez na Via Láctea.

Astrônomos de universidades dos EUA e do Canadá descobriram evidências de que cerca de três bilhões de anos atrás, a Via Láctea, nossa galáxia, colidiu com uma galáxia anã desconhecida. As forças gravitacionais da colisão despedaçaram a galáxia anã e suas estrelas se tornaram nossas.

A fusão produziu uma série de estrelas em forma de concha nas proximidades da constelação de Virgem, sendo as primeiras estruturas de concha encontradas na Via Láctea. Essas estrelas curvas, como guarda-chuvas, foram deixadas para trás quando a galáxia anã foi dilacerada, literalmente saltando para cima e para baixo através do centro da galáxia ao ser incorporada à Via Láctea, um evento que os pesquisadores nomearam de Fusão Radial de Virgem.

A descoberta oferece mais evidências do evento e novas explicações possíveis para outros fenômenos na nossa galáxia. Os resultados foram publicados na terça-feira (20) na revista científica The Astrophysical Journal. O vídeo abaixo mostra uma simulação da formação das estrelas em forma de concha.

Movimentos estranhos

Os astrônomos identificaram uma densidade incomumente alta de estrelas conhecidas como Superdensidade de Virgem há cerca de duas décadas. Pesquisas revelaram que algumas dessas estrelas estão se movendo em nossa direção enquanto outras estão se afastando, o que também é incomum, já que um aglomerado de estrelas normalmente viajaria em conjunto.

Dessa forma, foi sugerido que essas estrelas são os restos de uma galáxia anã e eram o resultado de uma fusão radial, ou seja, uma colisão lateral entre galáxias.

"Quando colocamos tudo juntos, foi um momento 'aha' […] Este grupo de estrelas tinha um monte de velocidades diferentes, o que era muito estranho. Mas agora que vemos seu movimento como um todo, entendemos porque as velocidades são diferentes e porque estão se movendo da maneira que estão", afirma Heidi Jo Newberg, coautor do estudo.

Potenciais da descoberta

A modelagem computacional do movimento das estrelas indica que a galáxia anã passou pela primeira vez pelo centro galáctico da Via Láctea há 2,7 bilhões de anos.

"Existem muitos vínculos potenciais com essa descoberta […] A Fusão Radial de Virgem abre a porta para uma maior compreensão de outros fenômenos que vemos e não entendemos totalmente, e que poderiam muito bem ter sido afetados por algo ter caído bem no meio da galáxia há menos de três bilhões de anos", comenta Newberg.

Estudos como este permitem um melhor entendimento dos processos de formação de galáxias e outros fenômenos cósmicos. A Via Láctea e galáxia de Andrômeda podem já estar cruzando o caminho uma da outra, de quatro a cinco bilhões de anos antes do previsto, e estudar colisões anteriores ajuda a entender melhor as consequências das próximas.

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