Nova descoberta reforça teoria sobre razão para maior extinção em massa da Terra

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Uma nova pesquisa ajuda a responder a uma das perguntas mais frequentes em geociências: o que exatamente causou a maior extinção em massa da Terra?

O estudo liderado por cientistas da Universidade de St. Andrews, na Escócia, fornece um quadro conclusivo de que uma enorme erupção na Sibéria, que expeliu enormes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera, teve papel fulcral na maior extinção em massa da Terra. Os resultados foram publicados na revista científica Nature Geoscience na segunda-feira (19).

"Nossa pesquisa fornece a primeira reconstrução precisa da fonte de carbono e, com isso, o gatilho da crise, bem como revela a subsequente cadeia de processos que resultou na maior extinção em massa da Terra", afirma Hana Jurikova, principal autora do estudo, em comunicado.

© Sputnik / Aleksandr Kryazhev / Acessar o banco de imagensInverno na Sibéria (foto de arquivo)
Nova descoberta reforça teoria sobre razão para maior extinção em massa da Terra - Sputnik Brasil
Inverno na Sibéria (foto de arquivo)

PH do oceano

A equipe usou uma nova abordagem analítica, recuperando o pH do antigo oceano a partir de conchas fósseis de braquiópodes. O pH da água do mar é um indicador crítico que não apenas registra a acidez, mas também permitiu à equipe determinar as mudanças na quantidade e nas fontes de CO2 atmosférico na hora do evento de extinção.

Dessa forma, os cientistas foram capazes de determinar que o gatilho da crise do Permiano-Triássico, há cerca de 252 milhões de anos, foi o grande volume de dióxido de carbono que foi lançado para a atmosfera, resultado de uma gigantesca erupção vulcânica onde hoje fica a Sibéria.

As análises mostraram que os vulcanismos liberaram mais de 100 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera, desencadeando o início da extinção. Isso é mais de 40 vezes a quantidade de todo o carbono disponível nas reservas de combustível fóssil modernas, incluindo o carbono já queimado desde a revolução industrial.

No total, acredita-se que cerca de 90% de toda a vida foi exterminada no espaço de vários milhares de anos que durou esse evento.

"Demorou várias centenas de milhares a milhões de anos para o ecossistema se recuperar da catástrofe, que alterou profundamente o curso da evolução da vida na Terra", comenta Jurikova.

Este estudo reforça as conclusões de outra pesquisa divulgada em junho, que analisou as rochas vulcânicas dos Trapps Siberianos, ou províncias magmáticas siberianas, e também argumenta que a extensa queima de carbono na Sibéria acarretou a extinção no Permiano-Triássico.

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