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Pouco após defender imposto nos moldes da CPMF, Guedes diz que 'pode desistir' da ideia

© Folhapress / Pedro LadeiraMinistro da Economia, Paulo Guedes, durante coletiva de imprensa em Brasília
Ministro da Economia, Paulo Guedes, durante coletiva de imprensa em Brasília - Sputnik Brasil
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (15) que o governo pode desistir da criação de um imposto sobre transações financeiras nos moldes da antiga CPMF. 

Um dia antes, porém, em transmissão ao vivo promovida pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), o ministro defendeu a criação do tributo, argumentando que os bancos cobram taxas parecidas. Segundo a equipe econômica, o imposto é necessário para desonerar a folha de pagamento das empresas, o que poderia ajudar na recuperação econômica do país. 

Em entrevista para a CNN Brasil, Guedes afirmou, mais uma vez, que "não existe aumento de imposto". Segundo a equipe econômica, o que haveria seria um remanejamento dos tributos. No entanto, o ministro admitiu que "talvez" desista do projeto. 

"Não existe aumento de imposto. A mídia, por exemplo, quer desonerar a folha [de pagamento], não quer? Esse imposto só entraria se fosse para desonerar. Talvez nem precise, talvez eu desista", afirmou. 

Imposto não financiara Renda Cidadã

Além disso, Guedes garantiu que o possível tributo não seria usado para financiar o Renda Cidadã, programa de transferência de renda do governo criado para substituir o Bolsa Família.

Em função da crise do coronavírus, o governo desonerou a folha de pagamento de 17 setores, com objetivo de beneficiar 6.000.000 de trabalhadores. A medida vale até o final do ano. Sua ampliação, no entanto, já foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro. 

A equipe econômica condiciona a possibilidade de estender a desoneração à criação de um imposto sobre transações financeiras, embora a medida gere críticas de diversos segmentos da sociedade. Com a desoneração, empresas podem substituir a contribuição previdenciária de 20% sobre os salários por uma alíquota menor sobre a receita bruta. 

A Contribuição Provisória de Movimentação Financeira (CPMF) foi cobrada de 1997 a 2007, ano em que foi lançada campanha contra o imposto e o tributo foi derrubado pelo Congresso.

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