Rússia não vê perspectivas de assinatura de novo Tratado START, diz Lavrov

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Chanceler russo afirma que, se os EUA quiserem incluir as armas nucleares táticas no acordo com a Rússia, terão que antes disso remover seus mísseis nucleares do território dos países da OTAN.

Durante declaração a emissoras de rádio hoje (14), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse:

"Tal perspectiva [de assinatura de novo acordo de armas nucleares] eu pessoalmente não vejo. Meus colegas, que trabalham em formato interministerial e têm se encontrado com a delegação americana, também não veem tal perspectiva, embora nunca digamos que vamos fechar a porta e terminamos todos os contatos."

Ainda sobre o desejo dos EUA de incluir as armas nucleares táticas nas negociações sobre um novo Tratado START, Lavrov declarou:

"Nós sempre dissemos a eles, e sempre houve um entendimento claro sobre isso, que, antes de incluir esta categoria de armas na discussão sobre sua limitação, façam favor de remover todos esses mísseis táticos com ogivas táticas [dos países da OTAN] para seu território. Eles têm essas armas nucleares táticas no território de cinco países da OTAN."

Da mesma forma, o chanceler chamou de "desonestidade" o fato de os EUA terem declarado que a Rússia e os Estados Unidos teriam conseguido chegar a um acordo sobre o congelamento dos arsenais nucleares e que a China se juntaria.

"Recentemente o representante deles [dos EUA] declarou que 'a Rússia nos apoiou, nós estamos chegando a um acordo até as eleições presidenciais nos EUA'; disse que congelaríamos todas as ogivas nucleares e que a Rússia quer que a China se junte ao processo. Veja, [isso] é uma desonestidade", disse Lavrov.

Ainda sobre as negociações, o chanceler ressaltou a questão da militarização do espaço.

"Eles [os americanos] não incluíram em nossas conversações o tema da militarização do espaço, embora oficialmente o espaço, em suas doutrinas, já esteja incluído na arena das atividades militares, tal como o espaço cibernético. Obviamente que não podemos deixar de levar isso em consideração", explicou.

A autoridade russa também criticou a política externa americana, incluindo sua política em relação à China.

"Ao que parece, os americanos já dizem, não de maneira diplomática mas abertamente, que a Rússia deve 'nos ajudar a castigar a China', forçar a China a se desarmar ou congelar seus armamentos. Estão especulando descaradamente, como jogadores trapaceiros", acrescentou Lavrov.

A Rússia está comprometida com uma abordagem pragmática em suas relações com os EUA e a China e não pretende se distanciar de nenhum dos lados por causa de qualquer intriga, disse o ministro.

"Não vejo razão para nos distanciarmos seja de quem for", disse Lavrov, respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de a Rússia tirar vantagem das contradições americano-chinesas.

Ele assinalou que Moscou não pretende manobrar em direção à coalizão antichinesa liderada pelos EUA para obter benefícios.

"Seria insensato nos distanciarmos do que vemos como acordos mutuamente benéficos e funcionais. Nos distanciarmos destes acordos - neste caso com a China - apenas para mostrar que também nós podemos fazer intrigas - para quê? Isso seria em nosso prejuízo", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia.

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