Presidente do Peru será investigado por corrupção

© AP Photo / Martin MejiaMartín Vizcarra, presidente do Peru.
Martín Vizcarra, presidente do Peru. - Sputnik Brasil
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O Ministério Público de Peru anunciou nesta sexta-feira (9) que investigará o presidente Martín Vizcarra por corrupção no caso conhecido como Richard Swing.

O caso consiste na contratação ilegal de um cidadão peruano para o Ministério da Cultura, o cantor Richard Cisneros, que também é conhecido como Richard Swing. Ele fez parte da equipe de campanha do ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski em 2016, na qual Vizcarra concorria como primeiro vice-presidente.

"Após qualificar o relatório apresentado pelo Ministério Público Provincial Especializado em Crimes de Corrupção de Funcionários, decidiu-se declarar que, de fato, há mérito para investigar preliminarmente o Presidente da República. No entanto, de acordo com o mandato constitucional relativo ao Presidente da República, o início da investigação ficará suspenso até 28 de julho de 2021, data em que ele deixará o cargo", diz o comunicado do MP peruano.

Vizcarra assumiu a presidência em 2018, após a renúncia de Kuczynski. Investigações jornalísticas realizadas desde maio deste ano revelaram que Cisneros tinha firmado um contrato com o Ministério da Cultura em 2018, pelo qual ele chegou a receber cerca de US$ 50 mil (R$ 276.525, na cotação atual), para oferecer palestras motivacionais aos funcionários da pasta.

As investigações levaram ao cancelamento do vínculo entre o cantor e o ministério, o que gerou um escândalo e muitas acusações de parte da oposição, que alegou que Cisneros foi contratado por sua proximidade com o presidente.

Vizcarra, por sua vez, negou possuir qualquer vínculo com o artista, mas admitiu que o conheceu durante a campanha de Kuczynski.

As denúncias fizeram com que o MP abrisse investigações, mas sem incluir o mandatário.

No dia 10 de setembro, o presidente do Conselho Fiscal do Congresso, Edgar Alarcón, divulgou uma gravação em áudio de uma conversa entre o presidente e sua ex-assistente, Karem Roca.

No áudio, Vizcarra é ouvido dando instruções a ela sobre como conduzir o caso do cantor junto à opinião pública e ao Ministério Público, numa aparente tentativa de minimizar seu vínculo com ele.

O Ministério Público quer investigar até que ponto o presidente esteve envolvido em atos ilícitos relacionados com o caso Richard Swing.

Segundo a Constituição peruana, o chefe de Estado não pode ser investigado ou denunciado durante o exercício de suas funções, razão pela qual o Ministério Público decidiu que Vizcarra só será investigado quando concluir o seu mandato.

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