Vacinas contra COVID-19 baseadas em novos métodos devem ser checadas após a fase 3, diz médico

© Sputnik / Vladimir PesnyaVacina russa contra o coronavírus SARS-CoV-2 Gam COVID-Vac (Sputnik V)
Vacina russa contra o coronavírus SARS-CoV-2 Gam COVID-Vac (Sputnik V) - Sputnik Brasil
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O professor Sergei Tsarenko, médico-chefe adjunto para anestesiologia e reanimação do Hospital No. 52, em Moscou, disse que vacinas contra a COVID-19 podem ser estudadas para possíveis efeitos de longo prazo, mesmo quando elas passem nos testes de fase 3.

O caso se aplicaria aos imunizantes que usam novos métodos como vetores de adenovírus de macaco ou RNA mensageiro para induzir uma resposta imune.

"Acreditamos que as novas vacinas baseadas em novos métodos devem ser verificadas para dispensar a possibilidade de consequências a longo prazo, mesmo que completem a fase 3 dos testes", disse Tsarenko à Sputnik, enquanto a Food and Drug Administration (FDA, sigla em inglês) dos EUA expande sua investigação de segurança para a vacina AstraZeneca.

O professor destacou os riscos associados a esses métodos de desenvolvimento de vacinas, com base nos incidentes recentes.

"A incidência anual de mielite transversa varia de 1,34 a 4,60 casos por milhão. A probabilidade de haver dois casos de mielite transversa no estudo da AstraZeneca, que é o que supostamente aconteceu, é inferior a um em 22.000 (0,00495%)", enfatizou Tsarenko, observando que a vacina russa Sputnik V foi desenvolvida no método testado e comprovado do adenovírus humano.

Os testes da vacina da AstraZeneca estão sendo retomados no Reino Unido, no Brasil e em outros países, mas os Estados Unidos ainda não deram sinal verde para o reinício dos testes.

Uma reportagem publicada pela agência Reuters relatou, citando fontes, que o FDA havia ampliado sua investigação sobre os possíveis efeitos colaterais negativos da vacina depois que os testes no Reino Unido foram suspensos no início do mês porque um participante desenvolveu síndromes neurológicas.

A primeira vacina a ser registrada no mundo, Sputnik V, foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, com financiamento do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo).

O imunizante obteve todas as permissões e passou pelos dois estágios de testes em voluntários da faixa etária entre 18 e 60 anos que, como resultado, formaram uma forte resposta imunológica ao SARS-CoV-2.

No Brasil, os estados do Paraná e da Bahia já fecharam acordo com a Rússia para o fornecimento da vacina, e autorizaram sua distribuição em território brasileiro caso seja aprovada pelos órgãos reguladores nacionais.

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