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Não é 'problema' do MEC, diz ministro sobre desigualdade de ensino durante pandemia

© Folhapress / Pedro LadeiraMinistro da Educação, Milton Ribeiro, concede entrevista coletiva para apresentar os resultados do Ideb, na sede do Inep em Brasília
Ministro da Educação, Milton Ribeiro, concede entrevista coletiva para apresentar os resultados do Ideb, na sede do Inep em Brasília - Sputnik Brasil
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O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que "não é problema" de sua pasta a desigualdade no ensino evidenciada durante a pandemia, com alunos sem acesso à Internet.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, ao ser perguntando sobre as desigualdades educacionais que teriam sido acentuadas pela crise do coronavírus, o ministro respondeu que a questão do acesso aos meios digitais era responsabilidade de estados e municípios e não era o MEC que ia "conseguir deixar todos iguais". 

"Esse problema só foi evidenciado pela pandemia, não foi causado pela pandemia. Mas hoje, se você entrar numa escola, mesmo na pública, é um número muito pequeno que não tem o seu celular. É o estado e o município que têm de cuidar disso aí. Nós não temos recurso para atender. Esse não é um problema do MEC, é um problema do Brasil. Não tem como, vai fazer o quê? É a iniciativa de cada um, de cada escola. Não foi um problema criado por nós. A sociedade brasileira é desigual e não é agora que a gente, por meio do MEC, que vamos conseguir deixar todos iguais", disse. 

'Por mim, voltava na semana passada'

Além disso, Ribeiro afirmou que, por ele, as aulas já tinham voltado "na semana passada".

"Não temos o poder de determinar. Por mim, voltava na semana passada, uma vez que já superamos alguns itens, saímos da crista da onda e temos de voltar. Mas essa volta deverá ser de acordo com os critérios de biossegurança", disse o ministro. 

Ele argumentou, porém, que são estados e municípios que determinam esse calendário. 

"A lei é clara. Quem tem jurisdição sobre escolas é Estado e município. Não temos esse tipo de interferência. Se eu começo a falar demais, dizem que estou querendo interferir; se eu fico calado, dizem que se sentem abandonados. Agora, nesta semana, vou soltar um protocolo de biossegurança para a escola básica, como já foi feito com universidades.

'Tive a pachorra de ler o texto mais famoso dele'

Embora tenha um perfil mais discreto do que seus antecessores no cargo, Ricardo Vélez Rodrigues e Abraham Weintraub, considerados discípulos do escritor Olavo de Carvalho, Ribeiro também criticou o legado de Paulo Freire, considerado um dos educadores mais respeitados do mundo. 

"Tive a pachorra de ler o texto mais famoso dele, que é a “Pedagogia do Oprimido”. Eu desafio um professor e um acadêmico que venha me explicar onde ele quer chegar com as metáforas, com os valores. Ele transplanta valores do marxismo e tenta incluir dentro do ensino e da pedagogia", afirmou o ministro. 

Ribeiro disse ainda que o governo precisa valorizar mais o professor e diminuir o protagonismo dos alunos na educação. 

"Quero dar o foco sobre a vida dos professores. Hoje ser um professor é ser quase que uma declaração que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa. Está na hora de parar de ter como protagonista somente o aluno, a infraestrutura, a comida, o assistencialismo, e a gente olhar com carinho maior para os professores", defendeu. 

'São famílias desajustadas, algumas'

O ministro da Educação afirmou também que "respeita, mas não concorda" com a homossexualidade. Segundo ele, "famílias desajustadas" podem fazer adolescentes se tornarem gays. 

"Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo [especialistas defendem o uso do termo homossexualidade como mais correto] têm um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminhar por aí. São questões de valores e princípios", afirmou Milton Ribeiro. 
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