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Governo de Angola não quer se envolver em polêmicas com Igreja Universal, diz especialista

© Folhapress / Fred Chalub Igreja Universal do Reino de Deus, na Vila Mariana, em São Paulo.
 Igreja Universal do Reino de Deus, na Vila Mariana, em São Paulo. - Sputnik Brasil
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A Justiça de Angola mandou fechar na última sexta-feira (14) sete templos que pertencem à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

A igreja neopentecostal fundada em 1977 pelo bispo brasileiro Edir Macedo é acusada de fraude e de outras atividades criminosas no país do sudoeste africano.

Em novembro do ano passado, um grupo de bispos e pastores angolanos rompeu com Edir Macedo. Atualmente cerca de 300 bispos angolanos se afastaram da liderança brasileira acusando a igreja de sonegação fiscal.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Jonuel Gonçalves, professor de Relações Internacionais da UFF (Universidade Federal Fluminense) e do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, explicou que, apesar de numerosa, a Igreja Universal do Reino de Deus não tem o mesmo poder em Angola que tem no Brasil.

"A IURD não tem em Angola nem um décimo do poder que tem no Brasil, ela está presente em diversos países africanos. A TV Record é uma televisão que existe em Angola em sinal aberto e faz propaganda em diversas rádios onde compra pedaços das emissões diárias. Tem um proselitismo muito acentuado, mas não tem essa força política", comentou.

Segundo informações publicadas pela Rádio França Internacional, o conflito fez até com que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro pedisse ao chefe de Estado angolano, João Lourenço, garantias de proteção aos pastores brasileiros e do patrimônio da Igreja.

Jonuel Gonçalves disse que dificilmente o governo angolano vai intervir nesta situação.

"Da parte das autoridades angolanas, como eu pude observar, todo mundo gostaria que isso fosse resolvido dentro da igreja para que o governo não fosse envolvido em um problema desse tipo porque o governo está com problemas demais", acredita.

Gonçalves pontua que mesmo políticos angolanos que tenham sido apoiados pela IURD estão evitando se envolver no assunto.

"Eu não sei sequer se haverá algum deputado, tanto do governo quanto da oposição, que tenha ligação com a Igreja Universal do Reino de Deus. É provável que eles tenham apoiado algumas candidaturas de pessoas que tinham uma possibilidade grande de serem eleitas só que essas pessoas aproveitaram o apoio, mas não estão se arriscando muito porque a situação que se colocou agora é uma situação altamente vulnerável para a própria igreja", completou.

A Igreja Universal do Reino de Deus tem oito milhões de membros no Brasil e está presente em mais de 100 países do mundo, com templos em pelo menos 12 Estados africanos.

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