Grécia entra em alerta máximo após Turquia começar atividades em zona de disputa no Mediterrâneo

© AP Photo / Vadim Ghirda Navio turco durante exercícios conjuntos da Turquia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no mar Negro
Navio turco durante exercícios conjuntos da Turquia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no mar Negro - Sputnik Brasil
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Aumenta a tensão entre a Grécia e a Turquia. Ancara deseja explorar uma plataforma continental no mar Mediterrâneo, mas Atenas considera as atividades não autorizadas e "ilegais".

A Grécia foi colocada em alerta máximo na segunda-feira (10) após a Turquia enviar o navio de pesquisa Oruc Reis para exploração de recursos energéticos em uma área do Mediterrâneo oriental que os gregos consideram deles. Atenas pediu a Ancara que ponha fim às suas "ações ilegais que minam a paz e a segurança na região", informa a agência AP.

A Turquia havia anunciado, também na segunda-feira (10), que o Oruc Reis e duas embarcações de apoio conduziriam uma exploração sísmica em uma área entre a Grécia e o Chipre até 23 de agosto. Na semana passada, a Turquia anunciou que realizaria exercícios de tiro em uma área próxima, a sudoeste da costa turca, entre a Turquia e a ilha de Rodes, Grécia.

© Sputnik / Alexei Danichev / Acessar o banco de imagensAntiga acrópole na cidade de Lindos na costa leste da ilha grega de Rodes
Grécia entra em alerta máximo após Turquia começar atividades em zona de disputa no Mediterrâneo - Sputnik Brasil
Antiga acrópole na cidade de Lindos na costa leste da ilha grega de Rodes
"A Grécia não aceitará qualquer chantagem. Ela vai defender sua soberania e seus direitos soberanos", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Grécia em um comunicado reproduzido pela AP. "Pedimos à Turquia que termine imediatamente suas ações ilegais que minam a paz e a segurança na região." Os militares gregos foram colocados em alerta, enquanto o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis convocou o Conselho de Segurança Nacional do governo.

Resposta turca

Em resposta, Ancara emitiu uma mensagem de segurança marítima, conhecida como Navtex, informando que o estudo sísmico está sendo realizado na plataforma continental da Turquia. Por sua vez, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan advertiu que Turquia não limitaria esforços de exploração offshore ao seu território imediato.

"Vamos nos unir como países mediterrâneos. Vamos encontrar uma fórmula que seja aceitável para todos, que proteja os direitos de todos", pediu Erdogan, ao mesmo tempo que afirmou estar "sempre" pronto "para resolver os litígios com diálogo e justiça."

© AFP 2023 / VELI GURGAHProvíncia de Mersin, Turquia, na costa do mar Mediterrâneo
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Província de Mersin, Turquia, na costa do mar Mediterrâneo

O imbróglio

O centro da questão é definir se as ilhas devem ser incluídas no cálculo da plataforma continental e das zonas marítimas de interesse econômico de um país. A Turquia garante que não devem ser incluídas, posição que, segundo a Grécia, que tem milhares de ilhas e ilhéus nos mares Egeu e Jônico, viola o direito internacional.

Em julho, Atenas recordou que há 46 anos, em 20 de julho de 1974, a Turquia invadiu o Chipre e ocupou um terço da ilha.

Grécia e Turquia estão em desacordo há décadas em um leque variado de questões e estiveram à beira da guerra pelo menos três vezes desde meados da década de 1970, uma delas sobre direitos de exploração de perfuração. Recentes descobertas de gás natural e planos de perfuração no leste do mar Mediterrâneo provocaram uma renovação das tensões.

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