Galeão espanhol afundado em 1708 enfrenta 'nova batalha' em solo colombiano

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Em junho de 1708, durante a violenta Guerra da Sucessão Espanhola, o galeão espanhol San José foi ao fundo do oceano Atlântico depois que a pólvora da embarcação explodiu, enterrando uma grande quantidade de tesouros.

Conhecido como "santo graal" dos naufrágios, o galeão espanhol San José esteve no fundo do mar há mais de 310 anos e foi encontrado em 2015 perto da costa colombiana graças a um submarino robótico subaquático. O tesouro presente na embarcação foi estimado entre US$ 10 bilhões (R$ 53,3 bilhões) e US$ 20 bilhões (R$ 106,6 bilhões), relata o tabloide Express.

Depois de ser encontrado, começou uma batalha legal entre Colômbia e Espanha pelos direitos sobre a embarcação.

Em outubro de 2019, a emissora Noticias CM& noticiou que os dois países chegaram a um acordo para não comercializar o San José, e em vez disso torná-lo um patrimônio histórico.

Na quarta-feira (15), o portal El Expediente escreveu que um tribunal colombiano negou uma ação para "proteger a propriedade do galeão de São José e o método de exploração e preservação do mesmo", continuando sob controle de Bogotá, e permitindo que "uma PPP [parceria público-privada] [...] seja executada por uma empresa inglesa".

Mistério de San José

O galeão de San José deixou a cidade portuária panamenha de Portobelo em maio de 1708, carregado de ouro, prata e pedras preciosas extraídas do então Peru, controlado pela Espanha, e destinado ao rei Felipe V da Espanha, para financiar a Guerra da Sucessão Espanhola.

Cartagena deveria ter sido uma parada rápida para reparar o San José antes de sua longa viagem para Havana, Cuba, e depois para a Espanha. No entanto, em 8 de junho, uma batalha pelo tesouro de San José começou com a Marinha Real britânica, que estava envolvida na guerra, com França do lado de Madri.

Explosão do galeão espanhol San José durante a Ação de Aposta [batalha naval de Reino Unido contra Espanha e França] em 1708. Óleo sobre tela por Samuel Scott.

Segundo uma teoria defendida por Gonzalo Zuñiga à emissora BBC, curador do Museu Naval do Caribe em Cartagena, em vez de entregar o San José e regressar à Espanha de mãos vazias, seu capitão teria incendiado a pólvora no navio e explodido intencionalmente o galeão.

O navio espanhol foi afundado em batalha naval com a Marinha Real do Reino Unido em 1708, durante a Guerra da Sucessão Espanhola, ficando no mar até os últimos anos.

Descoberta do naufrágio

O robô Remus 6000, carregado com sensores e câmeras, e que pode mergulhar seis quilômetros debaixo d'água, "oficialmente descobriu" o navio ao escanear o fundo do mar pela região costeira da Cartagena, Colômbia, em 27 de novembro de 2015, usando um sonar de longo alcance.

Os destroços do galeão espanhol San José, que afundou em 1708 com uma carga de cerâmicas, ouro, prata e esmeraldas, foram descobertos a 2.000 pés [600 metros] de água ao longo da região costeira da Colômbia.

Foram os canhões de bronze gravados com golfinhos que confirmaram a notável descoberta, afirmou Jeff Kaeli, um engenheiro de pesquisa do Instituto Oceanográfico Woods Hole, que foi citado pela emissora CBS em 2018 dizendo:

"Eu fiquei ali sentado por cerca de 10 minutos e sorri [...]. Não sou arqueólogo marinho, mas [...] sei como é um canhão. Então, naquele momento, acho que eu era a única pessoa no mundo que sabia que tínhamos encontrado o navio naufragado", afirmou Kaeli.

Trabalhando em colaboração com o governo colombiano, a equipe Woods Hole descobriu inúmeros artefatos, tais como xícaras de chá e jarras de cerâmica.

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