Ouro à prova de crises: por que nem mesmo coronavírus consegue rebaixar esse metal precioso?

© REUTERS / Edgar SuFuncionário mostra barras de ouro na loja Degussa em Singapura, 16 de junho de 2017 (foto de arquivo)
Funcionário mostra barras de ouro na loja Degussa em Singapura, 16 de junho de 2017 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Nos siga no
Especialista opina que ouro se manteve forte e estável durante surto do novo coronavírus ao contrário das criptomoedas e ações, e defende que, no momento, a prata é também ativo interessante de refúgio.

O especialista em mercados de metais preciosos Dimitri Speck avaliou para a Sputnik Alemanha a situação atual com o metal amarelo.

"O preço do ouro tem crescido muito bem desde o início do ano e passou pelo pico do coronavírus sem problemas, enquanto o valor do bitcoin caiu pela metade e os preços das ações também diminuíram seriamente", afirmou.

"Julho será um bom mês para o ouro", previu o especialista em metais preciosos por haver uma aumento sazonal na demanda, graças a casamentos e férias.

"Estes são fatores que também têm um efeito positivo sobre os preços do ouro", explicou, acrescentando que os preços variam durante a semana e que por norma atingem o auge às sextas-feiras.

"Portanto, faz sentido comprar [só] até quinta-feira," indicou.

Metal amarelo continua na liderança

"Em minha opinião, o preço do ouro, apesar das manipulações [e do choque econômico causado pela pandemia], caiu muito pouco recentemente", acredita o especialista, mantendo sua posição de líder entre todas as principais classes de investimento.

Segundo o especialista, a situação de superendividamento que asfixia a economia mundial e as medidas de resgate tomadas pelos bancos centrais de diferentes países com o consequente excesso de liquidez podem provocar "uma verdadeira catástrofe do sistema financeiro", incluindo uma inflação galopante.

O especialista não tem dúvidas: "Governos e bancos centrais inundarão os mercados com dinheiro barato a curto e médio prazo, portanto, as dívidas ficarão fora de controle e continuarão crescendo até que ocorra um grande colapso."

Em momentos de crise, o ouro desempenha sempre um papel de ativo de refúgio, já se observando um "rali" nos mercados de ouro e de outros metais preciosos.

Com a pandemia, as minas de ouro pararam de operar em todo o mundo, da África do Sul ao Peru até a Rússia, sem contar na interrupção nas refinarias do mineral.

Com a abertura gradual das economias, as minas de ouro e as fábricas de processamento do metal amarelo vão retomando suas operações um pouco por todo o mundo, com exceção de alguns países em desenvolvimento. Tal fato reduz a oferta, contribuindo igualmente para o aumento do preço.

A demanda por ouro físico, especialmente moedas e barras, tem aumentado, pois "muitos investidores entendem que o sistema financeiro está em perigo de turbulência, por isso optam pelo seguro, comprando ouro", prosseguiu Speck.

Perspectivas para a prata

"A prata durante o pico do coronavírus mostrou-se muito mais volátil que o ouro, inclusive por se tratar de um metal industrial", diz Speck.

No entanto, a longo prazo, a prata talvez possa ser "uma alternativa de investimento ainda mais atraente do que o ouro", sobretudo se os preços do ouro subirem patamares muito altos, como aconteceu no final dos anos 70 e 80, ou como foi o caso em 2011.

Então, segundo o especialista, o preço da prata começa a subir, levando muitos investidores a tomar o rumo da prata.

Tendo em conta que as reservas de filões de prata são menores que as de ouro, "para aqueles que querem investir em metais preciosos a longo prazo, na minha opinião, a prata em vez do ouro seria mais atraente", concluiu o especialista.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала