Aliado contra o Irã, Emirados Árabes querem que Israel desista de anexar a Cisjordânia

© AP Photo / Majdi MohammedPalestinos queimam fotos de Donald Trump e Benjamin Netanyahu em Nablus, na Cisjordânia
Palestinos queimam fotos de Donald Trump e Benjamin Netanyahu em Nablus, na Cisjordânia - Sputnik Brasil
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O embaixador dos Emirados Árabes Unidos em Washington, Yousef al-Otaiba, alertou nesta sexta-feira (12) que a anexação de partes da Cisjordânia por Israel comprometeria qualquer aquecimento dos laços árabe-israelenses.
"A anexação certa e imediatamente reverterá as aspirações israelenses de melhorar os laços de segurança, econômicos e culturais com o mundo árabe e com os Emirados Árabes Unidos", escreveu Yousef al-Otaiba em uma publicação rara de um funcionário do país árabe no diário mais vendido de Israel, o Yediot Aharonot.

"Recentemente, os líderes israelenses promoveram discussões empolgadas sobre a normalização das relações com os Emirados Árabes Unidos e outros Estados árabes. Mas os planos israelenses de anexação e conversas sobre normalização são uma contradição", acrescentou.

Espera-se que Israel, em 1º de julho, revele sua estratégia para implementar um plano de paz elaborado pelos Estados Unidos no Oriente Médio. O documento foi anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em janeiro.

O plano - rejeitado e atacado pelos palestinos - deu luz verde para Israel anexar assentamentos da Cisjordânia e o Vale do Jordão, território palestino ocupado pelo Estado judeu desde 1967.

Otaiba declarou que seu país "tem sido um defensor infalível da paz no Oriente Médio" e que "a anexação é a apreensão ilegal de terras palestinas". Isso poderia "inflamar a violência e despertar extremistas", alertou.

© AP Photo / Jon GambrellEmbaixador dos Emirados Árabes Unidos para os EUA, Yousef al-Otaiba
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Embaixador dos Emirados Árabes Unidos para os EUA, Yousef al-Otaiba

A medida israelense atraiu condenação internacional e os palestinos estão tentando mobilizar apoio, particularmente na Europa, para pressionar Israel a abandonar o projeto de anexação.

Os países árabes há muito tempo veem uma solução para o conflito entre israelenses e palestinos como condição para a normalização das relações com Israel. Mas nações árabes do Golfo como os Emirados Árabes Unidos estão mais dispostas a se relacionar com o Estado judeu em meio a preocupações comuns sobre o Irã.

"Os Emirados Árabes Unidos incentivaram os israelenses a pensarem na vantagem de mais links abertos e normais", escreveu Otaiba. Ele observou que era um dos três embaixadores árabes presentes na Casa Branca no anúncio do plano de Trump.

"E fizemos o mesmo entre os Emirados e com os árabes de maneira mais ampla", afirmou.

Otaiba disse que os Emirados Árabes Unidos e outros países árabes "gostariam de acreditar que Israel é uma oportunidade, não um inimigo. Enfrentamos muitos perigos comuns e vemos o grande potencial de laços mais quentes.

"A decisão de Israel sobre a anexação será um sinal inconfundível de se a vê da mesma maneira", completou.

O ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, escreveu em seu Twitter nesta sexta-feira (12) que Abu Dhabi estava usando "todos os meios diplomáticos possíveis" para se opor à anexação que considerava uma ameaça ao "processo de paz e estabilidade da região entre israelenses e palestinos".

Jordânia e Egito são os únicos países árabes que assinaram tratados de paz com Israel.

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