Novos casos de COVID-19 na Coreia do Sul fazem surgir receios sobre 2ª onda da pandemia

© REUTERS / Yonhap News AgencyFuncionários da prefeitura de Seul, capital da Coreia do Sul, desinfetam casa noturna, 12 de maio de 2020
Funcionários da prefeitura de Seul, capital da Coreia do Sul, desinfetam casa noturna, 12 de maio de 2020 - Sputnik Brasil
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Coreia do Sul registrou 79 novos casos de coronavírus em 29 de maio, o maior número em oito semanas, obrigando à reimposição de medidas de restrição social por receio de uma segunda onda da pandemia.

O país asiático, globalmente elogiado pela maneira como soube lidar com o surto, estava flexibilizando as vigentes medidas restritivas em meio a uma calmaria da pandemia.

Surto preocupa

Contudo, a situação parece estar se invertendo. Pelo menos 82 casos desta semana são devidos a um foco de infecções em uma instalação logística dirigida pela Coupang Corp, uma das maiores empresas de compras on-line do país, situada em Bucheon, a oeste da capital Seul, informa a Reuters.

Acredita-se que no armazém, cerca de 4.100 trabalhadores, incluindo 603 entregadores, não estavam seguindo adequadamente as medidas sociais de distanciamento e proteção, como o uso de máscaras.

Os responsáveis da Coupang, que faz parte de um grupo de empresas de comércio eletrônico cujas fábricas e armazéns conheceram um inusitado aumento da demanda com a pandemia, asseguraram que o centro de Bucheon foi desinfetado todos os dias, com todos os funcionários usando máscaras e luvas e suas temperaturas sendo verificadas.

"Vamos tomar todas as medidas que pudermos até que a segurança esteja assegurada", afirmou à Reuters um porta-voz da companhia.

Os novos casos ocorreram em um terceiro dia consecutivo de infecções crescentes, elevando o cômputo de casos no país para 11.344 infecções e 269 óbitos em 27 de maio.

Crê-se que um massivo programa de testes realizado no país teria sido a razão pela qual o país registrou um nível relativamente baixo de mortes.

© REUTERS / Kim Hong-JiPassageiros em máscaras no Aeroporto Internacional de Gimpo em Seul
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Passageiros em máscaras no Aeroporto Internacional de Gimpo em Seul

O foco da Coupang Corp parece estar ligado a um surto que surgiu em várias boates e bares de Seul no início de maio, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia do Sul (KCDC, na sigla em inglês), e vem em meio a esforços para aliviar as regras de distanciamento social.

Mais de dois milhões de crianças voltaram às aulas em 27 de maio, as últimas de uma abertura faseada das escolas.

Ao contrário de muitos países, a Coreia do Sul não impôs um bloqueio rígido contra o vírus.

Mas receios de que se esteja perante uma segunda onda da epidemia levaram as autoridades de saúde a solicitarem em 28 de maio um retorno a regras mais rígidas de distanciamento social nas principais áreas metropolitanas, incluindo o encerramento de alguns locais públicos, como museus e parques, bem como a adoção de planos de trabalho flexíveis por parte dos empregadores.

Segundo a Reuters, as autoridades sanitárias afirmaram que realizariam inspeções no local dos centros logísticos em todo o país e que implementariam melhores políticas de prevenção.

Receios reacendem comércio eletrônico

Já as autoridades da cidade de Bucheon optaram por medidas mais radicais, anunciando um retorno a um intenso distanciamento social, o que significa o fechamento de locais de culto, instalações esportivas e outros estabelecimentos públicos.

O reacender do surto e receios de propagação, bem como o encerramento de muito armazéns, fizeram disparar de novo o comércio eletrônico, com mais pessoas optando por fazer compras de casa, mesmo não existindo medidas de confinamento.

Em fevereiro, março e abril, os varejistas on-line, incluindo a Coupang, viram as vendas subirem 34%, 17% e novamente 17%, respectivamente, em relação aos meses correspondentes do ano anterior, mostram os dados do Ministério do Comércio, reproduzidos pela Reuters.

Já os varejistas tradicionais, das lojas físicas, viram as suas vendas caírem 7,5%, 18% e 5,5% nos mesmos três meses em relação ao ano anterior.comércio

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