Estudo de anticorpos não comprova estratégia de imunidade de grupo na Suécia

© AP Photo / Andres KudackiHomem usa máscara para se proteger do coronavírus na Suécia
Homem usa máscara para se proteger do coronavírus na Suécia - Sputnik Brasil
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Somente 7,3% dos habitantes de Estocolmo, cidade mais afetada pela COVID-19 na Suécia, aparentam ter desenvolvidos anticorpos.

Menos suecos do que se imaginava desenvolveram anticorpos para a COVID-19, indicam testes realizados pela Autoridade Nacional da Saúde, levantando dúvidas sobre as esperanças do país de atingir a imunidade de grupo no futuro próximo.

O estudo mostra que só 7,3% dos moradores da capital sueca – a região mais afetada do país – desenvolveu anticorpos, ou seja, possui imunidade contra o novo coronavírus. Os testes foram realizados na última semana de abril.

Este dado chocou muitos pesquisadores, incluindo o professor da Universidade de Estocolmo Tom Britton, que inicialmente previu que a imunidade de grupo seria alcançada em algum momento de maio, alterando depois seu prognóstico para junho.

"Isto significa que minhas previsões e da Autoridade Nacional da Saúde podem estar completamente erradas", comentou o professor ao canal SVT. "Acredito que todos estariam muito mais felizes se mais anticorpos tivessem sido desenvolvidos", acrescentou.

Britton também frisou o fato de nem todos os já infectados possuírem necessariamente anticorpos. Ao menos, não a um nível que possa ser detectado pelos testes. Esta possibilidade também foi enfatizada pelo imunologista Petter Brodin.

"É possível que você tenha uma infecção leve e, portanto, anticorpos mensuráveis muito fracos", avaliou Brodin, salientando que os testes não são infalíveis.

Desde o começo da pandemia, políticos e autoridades sanitárias da Suécia têm divulgado mensagens contraditórias sobre a imunidade de grupo, alternando entre desacreditar a estratégia e considerá-la como a única possível.

De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins (EUA), o país escandinavo apresenta mais de 31 mil contágios pelo coronavírus. A estratégia do país de manter escolas, restaurantes, bares e comércios abertos levou a críticas internas e externas devido a taxas de mortalidade superiores às dos países vizinhos.

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