Astrônomos identificam pela 1ª vez padrões de pulsação em estrelas variáveis

© AP Photo / Antoni CladeraObservatório de los Muchachos, na ilha de La Palma, nas Canárias, na Espanha (foto de arquivo)
Observatório de los Muchachos, na ilha de La Palma, nas Canárias, na Espanha (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O espectro de frequência das estrelas variáveis Delta Scuti tem desafiado até agora qualquer entendimento inteligível da comunidade científica.

As Delta Scuti são uma classe de estrelas variáveis de tamanho intermediário com massa equivalente a cerca de 1,5 a 2,5 vezes a do Sol.

Segundo relata a NASA, uma equipe de astrônomos descobriu padrões de pulsação de alta frequência nas estrelas variáveis Delta Scuti, cujas oscilações eram até então consideradas caóticas e ininteligíveis para a ciência.

A descoberta pioneira, da autoria de uma equipe internacional de 36 astrônomos liderada por Timothy Bedding da Universidade de Sydney (Austrália), foi possível graças aos dados obtidos com ajuda do telescópio TESS da agência espacial norte-americana, que está monitorando milhares de estrelas Delta Scuti.

Os cientistas lograram pela primeira vez detectar variações rítmicas de luminosidade, em 60 desses corpos celestes, combinando os dados do TESS com as observações de aproximadamente 300 estrelas Delta Scuti coletadas pela sonda Kepler durante quatro anos e analisando as mais de 92.000 curvas de luz resultantes.

Para o efeito, os pesquisadores socorreram-se de um software especial para pesquisar os padrões rítmicos das estrelas Delta Scuti.

"As estrelas Delta Scuti pulsam claramente de maneira interessante, mas os padrões desses pulsos têm desafiado nossa compreensão até agora", afirmou Timothy Bedding, citado pela NASA. "Usando uma analogia musical, muitas estrelas pulsam em acordes simples, mas as estrelas Delta Scuti são complexas, com notas que parecem misturadas", acrescentou.

As pulsações estelares são causadas pelas ondas acústicas que se originam em seu interior pela convecção – ou seja, uma das formas de transmissão de calor – e pelo campo magnético, dois fatores que fazem o corpo celeste se expandir e contrair.

Essas batidas podem ser observadas na forma de variação da intensidade do brilho e transmitem informações úteis para os astrônomos, como a idade, temperatura e composição do corpo celeste.

Esta interpretação do espectro de frequência das estrelas pulsantes para entender sua estrutura interna é conhecida como astrosismologia.

Os pesquisadores concluíram que as pulsações das estrelas Delta Scuti mais jovens tendem a ser mais regulares e se tornam mais complexas com o tempo. Assim, os cientistas puderam calcular a idade exata de uma delas, a HD 31901, fixando-a em 150 milhões de anos, enquanto as estimativas anteriores variavam entre 130 e 1 bilhão de anos.

"Isso realmente é um avanço. Agora, temos uma série regular de pulsações para essas estrelas que podemos entender e comparar com os modelos", disse o coautor Simon Murphy, citado pela NASA, para quem o estudo representa um verdadeiro avanço revolucionário.

Os pesquisadores realçaram que os resultados terão implicações para estudos futuros por representarem a pedra angular para o entendimento das estrelas Delta Scuti.

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