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'Mês perdido': Mandetta e outros políticos repercutem sobre saída de Teich

© REUTERS / Adriano Machado Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, antes de conferência de imprensa em Brasília, 14 de abril de 2020
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, antes de conferência de imprensa em Brasília, 14 de abril de 2020 - Sputnik Brasil
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O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), que antecedeu Nelson Teich no cargo, disse que o período de 28 dias do sucessor à frente da pasta foi "um mês perdido no meio da pandemia". 

"Foi um mês perdido, que jogaram fora no meio da epidemia", afirmou em entrevista para o jornal Folha de S.Paulo. 

Teich anunciou nesta sexta-feira (15) sua demissão do ministério sem explicar as razões para sua decisão: "A vida é feita de escolhas e hoje escolhi sair", disse ele em pronunciamento. 

Nos bastidores, porém, o que se diz é que o médico pediu demissão por não concordar com o presidente Jair Bolsonaro em liberar o uso em larga escala da cloroquina em pacientes no estágio inicial da COVID-19. 

Mandetta disse ainda que Bolsonaro deverá nomear uma pessoa que não seja médica, "que não tenha muito compromisso e possa acelerar o que ele quer". 

"Fica difícil para um médico passar por cima de princípios básicos da ciência", acrescentou Mandetta, que passou por processo de fritura no governo após ganhar protagonismo na crise do coronavírus. Como ministro, ele defendia o isolamento social da população, enquanto Bolsonaro quer que apenas grupos de risco para doença permaneçam em casa. 

A saída de Teich repercutiu bastante no cenário político nacional. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o país estava "à deriva". 

O  governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), por sua vez, afirmou que ninguém conseguiria fazer um "trabalho sério" com a "interferência" de Bolsonaro. 

​Já o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), disse que as instituições deveriam julgar Bolsonaro pela "produção de tanto desastres".

​Vários ex-presidenciáveis também se pronunciaram. Ciro Gomes (PDT) afirmou que Bolsonaro era de "irresponsabilidade assassina". 

​Fernando Haddad (PT), por sua vez, ironizou afirmando que no governo Bolsonaro tanto fazia quem seria o novo ministro da Saúde. 

​João Amôedo (Novo), que declarou voto em Bolsonaro no 2º turno das eleições de 2018, disse que o presidente era "despreparado" e "autoritário". 

​O ex-ministro da Justiça Sergio Moro referiu-se à demissão de Teich de forma indireta. 

​Até mesmo parlamentares do chamado centrão, bloco de partidos que está negociando apoio no Congresso com o governo Bolsonaro, criticou a saída do ministro. 

"Saiu quem não tinha entrado. Hoje, o ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração do cargo, mas, não sei se alguém percebeu, já não fazia diferença", disse Paulinho da Força (Solidariedade-SP), segundo matéria do Estadão. 

"O Brasil precisa de liderança, mas vai ser difícil encontrar um ministro que seja capaz de lidar, ao mesmo tempo, com a crise sanitária e com os impulsos de Jair Bolsonaro", acrescentou.

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