Estudo revela que arcos longos medievais eram tão devastadores quanto armas modernas (FOTOS)

© Thiago Gomes / Fotos PúblicasSemana dos Povos Indígenas
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Pesquisadores britânicos descobriram, analisando restos mortais medievais, que as feridas infligidas pelos arcos eram tão letais quanto as das armas de fogo modernas.

Comparando as feridas provocadas pelos arcos medievais com os ferimentos causados pelas armas modernas, os cientistas apuraram que, ao contrário do que se poderia esperar, os arcos longos causavam lesões horríveis.

Alta letalidade

Em estudo publicado em 5 de maio pela Universidade de Cambridge, uma equipe de pesquisadores, liderada por Oliver Creighton, procedeu a análises osteológicas de um conjunto de ossos humanos, desarticulados e misturados, recuperados de um cemitério associado a um convento dominicano do século XIII em Exeter, Reino Unido.

Entre estes restos mortais os cientistas detectaram vários casos de traumatismo com armas, incluindo múltiplas lesões causadas por flechas. Datação por carbono revelou serem do século XIII ao século XVII.

​Estudo revela que arcos longos medievais eram tão devastadores quanto as armas modernas

Segundo os pesquisadores, evidências físicas de traumatismo por arma em cemitérios medievais são pouco comuns e evidências de danos causados por pontas de flechas ainda mais raras.

Pelo contrário, é relativamente comum encontrar restos mortais com traumatismos em locais onde de se desenrolaram batalhas. Os esqueletos humanos examinados agora teriam sido transladados e enterrados posteriormente no convento.

Flechas iguais a balas

Os pesquisadores mostraram-se particularmente interessados em um crânio que apresentava o orifício de entrada pelo olho e outro de saída na nuca, mostrando bem o impacto provocado por uma flecha de um arco longo medieval.

O dano causado ao crânio é de fato semelhante ao infligido por bala de uma arma moderna. Os pesquisadores creem mesmo que os danos infligidos pela arma foram tão graves quanto os ferimentos que podem ser causados por "submetralhadoras e balas de ponta oca".

A descoberta de uma flecha através do olho lança luz sobre ferimentos horríveis causados por flechas medievais. A pesquisa, liderada pelo professor Oliver Creighton, descobriu que essas flechas causaram ferimentos semelhantes aos ferimentos à bala moderna

​As flechas eram disparadas de um arco longo, com cerca de 1,8 metro de altura, que era feito de madeira de teixo, o que o tornava forte e flexível.

Eram também uma obra de engenharia. As flechas foram concebidas para irem girando no sentido dos ponteiros do relógio antes de atingirem a vítima, impactando por isso com grande potência na vítima, apuraram os pesquisadores após exame microscópico dos padrões da fratura.

O efeito do desenho da flecha foi mesmo comparado pelos pesquisadores ao giro de uma bala como resultado do estriamento no cano de uma arma.

Trunfo inglês

Tal eficácia da arma pode bem explicar por que o exército inglês foi tão bem sucedido na Idade Média.

Os arqueiros ingleses eram muito temidos durante a Idade Média e se mostraram decisivos durante a Guerra dos Cem Anos. Registros documentais indicam que eles infligiram pesadas baixas aos franceses e muitas vezes causavam feridas terríveis, conseguindo inclusive furar armaduras.

"Agora temos uma melhor percepção da natureza brutal do conflito medieval", concluiu o autor principal do estudo.

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