Cientistas descobrem misteriosa e rara estrela morta

© Foto / Public domain / NASA / Zhang & WoosleyIlustração de uma explosão de raio gama
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Astrônomos detectaram uma das mais raras e misteriosas estrelas de nêutrons mortas, a Swift J1818.0-1607, que pode ser o "elo perdido" entre magnetares e pulsares.

A estrela foi detectada pelo telescópio Burst Alert do satélite especial da NASA chamado Observatório Swift, e estudada por uma equipe de astrônomos liderada por Marcus Lower, segundo relata o portal ScienceAlert.

Magnetar ou pulsar?

Inicialmente, os cientistas acreditavam que a Swift J1818.0-1607 fosse um magnetar, uma subcategoria de estrelas de nêutrons com campos magnéticos cerca de um quadrilhão de vezes mais poderosos que os da Terra.

Eles são muito raros, havendo conhecimento de somente 24 magnetares, sendo o Swift J1818.0-1607 apenas o quinto detectado que emite ondas de rádio, mas de uma maneira diferente dos outros quatro, mais lembrando um pulsar, refere o portal.

"Que a emissão de rádio deste magnetar não corresponda exatamente às observações feitas de outros magnetares de rádio é bastante empolgante, e vai mostrar o quanto ainda temos que aprender sobre esses objetos extremos", disse Marcus Lower à ScienceAlert.

Pulsar ou magnetar?

Dois dias depois que a emissão de rádio foi detectada, os astrônomos concluíram que afinal o Swift J1818.0-1607 era um pulsar, e o pulsar rotativo mais rápido encontrado até o momento – e provavelmente também o mais jovem - com apenas cerca de 240 anos.

Uma estranha estrela morta pode ser o "elo perdido" entre magnetares e pulsares. Swift J1818.0-1607 é um magnetar, e os astrônomos acabam de gravá-lo emitindo pulsos de rádio

Os pulsares são também estrelas de nêutrons, mas muito mais comuns - os astrônomos já identificaram milhares, emitindo sinais de rádio de seus polos.pul

Usando o radiotelescópio do Observatório Parkes na Austrália, Lower e sua equipe fizeram então novas observações.

"De repente, os pulsos de rádio emitidos pelo Swift J1818.0-1607 pareciam bem mais parecidos com os dos outros quatro magnetares [do que com os de um pulsar]. Eles são muito finos e, às vezes, compostos de múltiplas explosões de milissegundos de duração", disse Lower.

Magnetar peculiar

O Swift J1818.0-1607 acabou sendo catalogado como um peculiar magnetar, mas Lower confessa que "nesta fase ainda há muito que não sabemos sobre este novo magnetar, mas há claras semelhanças entre ele e os pulsares de alto campo magnético".

Segundo os astrônomos, esta descoberta prova que os pulsares podem evoluir para magnetares e poderia ajudar os astrônomos a conectar as relações entre estes dois tipos de estrelas mortas.

Lower considera que "é seguro chamá-lo de um potencial elo perdido".

Os pesquisadores referem serem necessários estudos mais aprofundados do Swift J1818.0-1607.

"Sua semelhança com os pulsares levanta uma série de questões sobre suas possíveis origens, como os magnetares evoluem com o tempo e sobre a validade de nossas conclusões anteriores a propósito das emissões de rádio por magnetares", concluiu Lower.
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