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Indicadores de violência devem aumentar no Brasil durante a quarentena, diz ex-instrutor do BOPE

© Folhapress / Alexandre CampbellAgentes da Polícia Militar durante operação em Vigário Geral, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ) (foto de arquivo)
Agentes da Polícia Militar durante operação em Vigário Geral, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ) (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O Brasil registrou uma alta de 8% no número de assassinatos nos dois primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo informações do índice nacional de homicídios divulgadas nesta quarta-feira (29) pelo portal G1, houve 7.743 mortes violentas no primeiro bimestre de 2020. No mesmo período do ano passado, foram 7.195.

O aumento do índice deste ano vai na contramão da queda de 19% no número de assassinatos registrados em todo o ano de 2019.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Paulo Storani, ex-instrutor do BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro), atribui o aumento no primeiro bimestre de 2020 a um "cansaço das forças policiais".

Segundo Storani, a segurança pública é tratada no Brasil através de "medidas essencialmente voltadas para ações de polícia".

"Necessariamente você precisa de uma força policial atenta que planeja suas ações, que monitore os indicadores de violência locais porque os fatores que geram o crime continuam existindo, você acaba atuando nas consequências. E ações de polícia é que são responsáveis por isso", argumentou.

Levando isso em conta, Storani argumenta que a exigência de respostas apenas policiais para o combate ao crime acaba gerando um desgaste nas forças de segurança.

"Eu considero que nesse momento nós estamos falando de um cansaço da força policial. Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, é uma tropa que foi muito solicitada em 2019, ainda está sendo solicitada, e eu acredito que esse conjunto de fatores possa ter levado a esse aumento de 8%", afirmou.

Paulo Storani acredita que os indicadores tendem a aumentar durante o período de quarentena já que as forças policiais estão evitando realizar operações durante as medidas de isolamento.

"Por conta da quarentena alguns indicadores vão aumentar porque as forças policiais diminuíram as suas operações", acredita.

Nesta quarta-feira (29), André Mendonça tomou posse como novo ministro da Justiça e Segurança Pública no lugar de Sergio Moro, que pediu demissão na semana passada.

Paulo Storani espera que Mendonça siga a linha de atuação de Moro, que apresentou resultados positivos em 2019, no combate ao crime organizado.

"Quero crer que o novo ministro da Justiça acompanhe esse caminho e raciocínio [de Moro], mas gostaria de ver também ações na área de prevenção, embora você tenha os estados com essa capacidade, o governo federal tem um grande protagonismo na indução de políticas públicas dessa natureza", completou.

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