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Congresso Nacional não terá condições de votar reformas estruturais em 2020, diz especialista

© Folhapress / Eder ChiodettoFachada do prédio do Congresso Nacional, em Brasília (DF)
Fachada do prédio do Congresso Nacional, em Brasília (DF) - Sputnik Brasil
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (15) que a agenda de reformas estruturais não foi deixada para trás.

Guedes fez um discurso no IMFC, o comitê do Fundo Monetário Internacional (FMI) responsável pelas diretrizes da instituição.

"O ímpeto das reformas será retomado assim que a situação nos permitir mudar o foco para nossas metas de médio prazo, que permanecem as mesmas", disse o ministro, citado pelo jornal Valor Econômico.

Guedes disse também que "o país tomou medidas verdadeiramente extraordinárias para combater a pandemia" e destacou que, embora a crise tenha paralisado a economia, "a combinação de medidas emergenciais e temporárias com reformas estruturais nos dá confiança de que a recuperação será mais forte do que o previsto atualmente".

No entanto, em entrevista à Sputnik Brasil, Rodrigo Prando, cientista político, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, entende que a agenda de reformas não será feita neste ano.

"O ano de 2020 será tomado pela discussão de como tentar diminuir o impacto econômico e também de como não permitir uma contaminação e o colapso do sistema de saúde", afirmou.

Rodrigo Prando não acredita que haja clima político em 2020 para votação de reformas estruturais.

"Não acredito que o Congresso Nacional tenha condições de tocar qualquer outro tipo de pauta de reforma, de Projeto de Lei que não sejam aqueles diretamente ligados ao combate do coronavírus e também de tentar minar a situação de impacto econômico no setor produtivo e nos trabalhadores brasileiros. Então não creio que teremos qualquer tipo de votação de reforma dentro do Congresso Nacional no ano de 2020", disse.

Um dos principais motivos, segundo Rodrigo Prando, para a dificuldade em aprovar as reformas estruturais em 2020 será a situação fiscal e econômica que estados e municípios encontrarão no cenário pós-pandemia.

"Claro que quem tem condições melhores economicamente vai sair em melhores situações. Os estados que têm mais recursos e mais investimento em ciência e tecnologia também sairão melhores da crise. Agora, todo mundo, todos os estados e municípios afetados sairão com dificuldades e nesse sentido não tem nenhuma possibilidade de aprovação de reformas", completou.

O FMI estima queda de 5,3% na atividade econômica brasileira em 2020. A projeção anterior apontava crescimento de 2,2% no PIB (Produto Interno Bruto). A entidade internacional também calcula que a taxa de desemprego do país vai alcançar 14,7% no ano.

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