CIA adverte seus funcionários contra medicamento promovido por Trump para COVID-19

© AP Photo / Gabinete dos Advogados dos EUAComprimidos de hidroxicloroquina estão sendo tratados como a "salvação" contra a COVID-19
Comprimidos de hidroxicloroquina estão sendo tratados como a salvação contra a COVID-19 - Sputnik Brasil
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A CIA está alertando seus funcionários de que a hidroxicloroquina pode ter efeitos colaterais mortais, apesar de sua promoção pelo presidente norte-americano.

O Washington Post informou nesta segunda-feira (13) que a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) apresentava no seu site instruções que se opunham ao uso da combinação de hidroxicloroquina e do antibiótico azitromicina para tratar o novo coronavírus sem a aprovação de um médico.

"Neste momento, o medicamento não é recomendado para ser usado por pacientes, exceto por profissionais médicos que o prescrevam como parte de estudos investigativos em andamento", afirma a resposta da agência a uma pergunta feita sobre a obtenção de hidroxicloroquina sem prescrição médica para combater a COVID-19.

"Há efeitos colaterais potencialmente significativos, incluindo morte súbita cardíaca, associados à hidroxicloroquina, e seu uso individual nos pacientes precisa ser cuidadosamente selecionado e monitorado por um profissional de saúde", diz.

A resposta concluiu com um apelo aos funcionários, pedindo: "Por favor, não obtenham este medicamento por conta própria".

Falando ao The Hill, um porta-voz da CIA referiu que a informação que é fornecida aos seus funcionários é e será consistente com a dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA e as orientações da Casa Branca.

A pergunta apareceu no site da CIA pouco tempo depois que Trump começou falando da hidroxicloroquina como um possível "presente de Deus" no combate ao novo coronavírus nos EUA.

HIDROXICLOROQUINA & AZITROMICINA, tomadas juntas, têm uma chance real de ser um uma das maiores mudanças da história da medicina. A [Administração de Alimentos e Medicamentos] FDA, moveu montanhas, Obrigado! Esperemos que AMBAS (H funciona melhor com A, International Journal of Antimicrobial Agents) comecem a ser usadas IMEDIATAMENTE. AS PESSOAS ESTÃO MORRENDO, AVANCEM RÁPIDO e DEUS ABENÇOE A TODOS!

Trump têm feito referências ao chamado medicamento milagroso desde o final de março, apesar das críticas, desde rivais políticos até altos funcionários médicos familiarizados com o medicamento antimalárico.

Influência do presidente

O presidente dos EUA continuou a campanha em reuniões com pessoas que se recuperaram do novo coronavírus no início deste mês, incluindo a deputada estadual democrata do Michigan, Karen Whitsett.

A legisladora, que deu positivo no teste da COVID-19 em março, começou a tomar doses prescritas de hidroxicloroquina em 31 de março, após explorar opções de tratamento com seu marido por vários dias, informou o jornal Detroit Free Press.

Whitsett agradeceu a Trump por divulgar o medicamento, e argumentou que ela não seria capaz de defender as pessoas de Detroit, Michigan, se não fosse ele ter iniciado uma conversa sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19.

A governadora da Dakota do Sul, Kristi Noem, anunciou na segunda-feira (13) na TV que Mount Rushmore State seria o primeiro lugar nos EUA a realizar ensaios estaduais sobre a hidroxicloroquina.

"Todo o morador da Dakota do Sul que tem COVID-19 pode ter essa conversa com seu médico", disse Noem. "Sou uma candidata, sou uma boa opção para receber hidroxicloroquina?"

Ela acrescentou que o governo da Dakota do Sul pode tratar até 100 mil pessoas infectadas no estado porque o "governo federal se empenhou" e lhes deu "tudo o que precisam".

O site do CDC observa que tanto a hidroxicloroquina como a cloroquina estão atualmente sendo estudadas em vários ensaios clínicos para testar sua eficácia no tratamento da "COVID-19 leve, moderada e grave". A agência de saúde ressalta que é necessária prescrição para os medicamentos orais.

Os EUA atualmente têm mais de 609.000 casos confirmados de COVID-19 e sofreram pelo menos 26.057 mortes relacionadas à doença. Cerca de 50.000 pacientes nos EUA já se recuperaram.

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